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Opinião

- Publicada em 06 de Agosto de 2020 às 03:00

A ruína do Líbano após o apogeu

A explosão ocorrida no porto de Beirute, Líbano, foi causada pela detonação das 2.750 toneladas de nitrato de amônia armazenadas no local erradamente há anos. É uma tragédia para uma cidade que foi denominada, no passado recente, de a Paris do Oriente Médio, tal a sua beleza, à beira do Mediterrâneo, diversidade cultural, com sucursais dos maiores bancos do mundo e luxuosos hotéis. O Cassino do Líbano encantava com suas noites coloridas de jogos e musicais, muitos dos quais, no apogeu da capital, primeiro se apresentavam lá, antes de Paris.
A explosão ocorrida no porto de Beirute, Líbano, foi causada pela detonação das 2.750 toneladas de nitrato de amônia armazenadas no local erradamente há anos. É uma tragédia para uma cidade que foi denominada, no passado recente, de a Paris do Oriente Médio, tal a sua beleza, à beira do Mediterrâneo, diversidade cultural, com sucursais dos maiores bancos do mundo e luxuosos hotéis. O Cassino do Líbano encantava com suas noites coloridas de jogos e musicais, muitos dos quais, no apogeu da capital, primeiro se apresentavam lá, antes de Paris.
Há poucos anos, o Produto Interno Bruto (PIB) do Líbano crescia cerca de 8,5% ao ano. Mas, a convulsão no Oriente Médio, como a guerra na Síria, turbulências regionais e a redução dos fluxos de capital do exterior levaram o número a cair bruscamente. O país teve um encolhimento estimado entre 5% e 6% em 2019. A explosão no porto de Beirute acontece no pior momento desde o fim da guerra civil, de 1975 a 1990, quando o país passa por uma penúria generalizada, acelerada pela pandemia da Covid-19. Com forte influência francesa, tanto que em Beirute o francês é falado, ao lado do árabe, com população islâmica e cristã, isso explicando a visita que o presidente Emmanuel Macron, da França, programou a Beirute, onde a explosão já contabilizou mais de 135 mortos, cinco mil feridos e milhares de desabrigados. Alemanha, França, EUA, Rússia e o Brasil, entre outros países, prometeram ajudar. Israel, com quem o Líbano está oficialmente em guerra, solidarizou-se. E a Marinha do Brasil, com belonaves, comanda a Força-Tarefa Marítima (FTM) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil).
Dívida que é a terceira mais alta do mundo e sem reservas em dólares explicam a forte queda do PIB. A economia, nos últimos 30 anos, esteve baseada em serviços, turismo e investimentos estrangeiros, o que fazia dela dependente da situação política e da segurança regionais. A situação no Líbano agravou-se desde o final de 2019, por conta de protestos generalizados pela revolta popular com a profunda crise econômica e política.
A maioria dos preços quase triplicou desde março, enquanto o valor da moeda nacional caiu 80%, e grande parte do país parou. Com uma hiperinflação de 50% ao mês, o desemprego chega a um terço da população e, também em março, o país pela primeira vez deixou de pagar um título da dívida externa, podendo fazer o mesmo em breve, enquanto tenta negociar empréstimo com o FMI. Com o Brasil abrigando a maior comunidade de libaneses do mundo, Rio Grande do Sul bem incluído, é de se lamentar demais a tragédia.
 
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