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Opinião

- Publicada em 04 de Agosto de 2020 às 03:00

O futuro não só a nós pertence

Novo relatório da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), intitulado "Enfrentar os efeitos cada vez maiores da Covid-19 para uma retomada com igualdade", contém números e projeções desafiadores. A previsão de queda da economia regional em 2020 é de 9,1% (9,2% no Brasil). Isso significará um retrocesso de 10 anos no PIB per capita.
Novo relatório da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), intitulado "Enfrentar os efeitos cada vez maiores da Covid-19 para uma retomada com igualdade", contém números e projeções desafiadores. A previsão de queda da economia regional em 2020 é de 9,1% (9,2% no Brasil). Isso significará um retrocesso de 10 anos no PIB per capita.
O estudo da Cepal, entidade integrante da ONU, é oportuno neste momento em que o multilateralismo tem sido contestado. Em contraste com isso, o cenário da América Latina e Caribe demonstra não ser possível uma solução hermética no contexto de cada país, pois as fronteiras, incapazes de conter o vírus, também não são imunes à fome, à miséria e à luta pela sobrevivência. Seria muita pretensão acreditar que cada país possa sair sozinho da difícil situação. Por mais que o coronavírus tenha alertado sobre a necessidade de as nações serem menos dependentes do exterior em cada cadeia produtiva, também enfatizou que a cooperação é um caminho essencial. É nesse contexto que o Brasil se empenha em ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Tornar-se membro do "clube dos ricos" pode ser um passo importante, mas precisamos solucionar problemas históricos, começando pelo equilíbrio das contas públicas, necessário para viabilizar mais investimentos em educação, saúde, segurança, criação e distribuição de renda por meio da geração de empregos. Não basta ser signatário da OCDE. Precisamos trabalhar para nos aproximar dos seus indicadores socioeconômicos. E podemos fazer isso com políticas públicas internas eficazes, realização das reformas basilares e sendo protagonistas do multilateralismo. Para isto, temos substantivo cacife como produtores de alimentos, biocombustíveis e commodities agrícolas, indústria bem estruturada, capital intelectual de alto nível e recursos naturais abundantes.
O Brasil não conseguirá reconstruir isoladamente o amanhã pós-coronavírus. Entretanto, tem potencial e o dever de solucionar seus históricos problemas e exercer forte influência no cenário de um mundo que se espera mais solidário, comprometido com o social, o bem-estar do ser humano e a preservação dos recursos naturais. Depende de nós e da sociedade global edificar esse futuro redefinido pelas lições que estamos aprendendo na pandemia!
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção
 
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