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Opinião

- Publicada em 22 de Julho de 2020 às 03:00

Perda de vanguardistas

Em meio a tantas e lamentáveis perdas nestes tempos, avultam as de Luiz Carlos Pinheiro Machado e Dieter Wartchow, nas áreas da Agroecologia e Sanitarismo Ambiental.
Em meio a tantas e lamentáveis perdas nestes tempos, avultam as de Luiz Carlos Pinheiro Machado e Dieter Wartchow, nas áreas da Agroecologia e Sanitarismo Ambiental.
Com Luiz Carlos, ligado por parentesco que muito nos honra, tivemos encontros esporádicos, mas sempre com admiração. Primeiro lá pelos anos 1970, quando trouxe o saudoso sociólogo Guerreiro Ramos para um almoço em nossa casa, quando conversamos longamente sobre a realidade nacional de então. Ambos já haviam sido cassados pelo regime ditatorial. Luiz Carlos expurgado da Ufrgs, embora até hoje idolatrado pelos agrônomos, demandou a Santa Catarina, em cuja universidade espraiou seu talento, com mais de 400 trabalhos, nas áreas de agropecuária e agroecologia, inclusive para vários países latino-americanos. Guerreiro asilou-se nos Estados Unidos, onde prosseguiu em sua talentosa carreira.
Depois, Luiz Carlos visitou-nos em nosso pequeno sítio, em Itapuã, quando brindou-nos com suas técnicas de pastoreio do método Voison. Nosso último contato foi no lançamento de sua obra "Agroecologia", em que aponta as mazelas do atual sistema do agronegócio e postula um novo paradigma para a atividade agropecuária.
Quanto a Dieter, com quem convivemos e com quem colaboramos, na Administração Popular (1989-92), ele no Dmae e nós na Secretaria do Meio Ambiente de Porto Alegre (Smam), revelou-se sempre um técnico competente e dedicado na área do sanitarismo ambiental. Doutor pela Universidade de Stuttgart, foi também presidente da Corsan. Um profissional comprometido com novos propostas do sanitarismo ambiental, conforme "Água para Todos - rompendo o paradigma da ineficiência do setor público", de sua autoria.
Assim, tanto Luiz Carlos com Dieter, por seus compromissos com o interesse público, hoje tão aviltado por políticas malsãs, situaram-se na vanguarda, pois que, como prelecionava Guerreiro Ramos, antes citado, "o povo, como tal, entregue aos seus impulsos espontâneos pode perder as oportunidades que a história lhe oferece. Conduzido por sua vanguarda, tem menos probabilidade de perdê-las". Vanguardistas, é o que eles foram e merecedores da nossa homenagem.
Advogado, ambientalista e ex-secretário do Meio Ambiente de Porto Alegre
 
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