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Opinião

- Publicada em 16 de Julho de 2020 às 03:00

Não é hora de conceder o Mercado Público

"Se todos os mercados privados de Porto Alegre estão abertos, por que o Mercado Público não pode estar?", dizia a frase estampada em uma faixa que pouco tempo ficou no topo de uma das entradas do prédio construído em 1869 e que é a genuína central de abastecimento da capital gaúcha. Limitados aos atendimentos nos sistemas de tele-entrega e pague e leve, os 106 permissionários veem a cada dia a sua condição deteriorar e o desemprego passa a ser uma ameaça real.
"Se todos os mercados privados de Porto Alegre estão abertos, por que o Mercado Público não pode estar?", dizia a frase estampada em uma faixa que pouco tempo ficou no topo de uma das entradas do prédio construído em 1869 e que é a genuína central de abastecimento da capital gaúcha. Limitados aos atendimentos nos sistemas de tele-entrega e pague e leve, os 106 permissionários veem a cada dia a sua condição deteriorar e o desemprego passa a ser uma ameaça real.
Com funcionamento limitado por um incompreensível decreto municipal (que trata equivocadamente o Mercado como shopping ou galeria), o problema de agora dos comerciantes só não é maior do que virá caso a prefeitura consiga concluir a concessão do local pelos próximos 25 anos em um edital marcado por dúvidas e insegurança por parte de quem ajudou a construir a história do coração de Porto Alegre.
Assustados com a inadimplência - uma ameaça real em um momento de pandemia - os comerciantes temem, por exemplo, não serem considerados "regulares" para que tenham a garantia de permanência no local pelos próximos quatro anos. Metade deste prazo será ocupado com obras que mudarão a rotina do local. Quando concluídas, não há garantia de que as lojas permaneçam nos pontos; além de uma espécie de leilão onde, em caso de desempate, teriam preferência. Isto sem falar nos preços para o consumidor que devem subir junto com a previsão de aumento de receitas com a aluguéis, prevista pelo edital.
Chama atenção o "desconto" oferecido pelo Executivo neste momento de crise. A oferta inicial baixou de R$ 28,1 milhões para R$ 17,85 milhões. Ou seja, a prefeitura de Porto Alegre diz que quer R$ 11 milhões a menos para entregar as joias da coroa. Instituir uma parceria privada para a gestão de equipamentos públicos é uma boa saída, admitida até mesmo pelos atuais permissionários do Mercado Público. O que não é compreensível é a pressa em se fazer agora. No momento em que os esforços do poder público deveriam se concentrar na luta contra a Covid-19 e seus efeitos a prefeitura nos distrai com a concessão do mais importante cartão postal de Porto Alegre.
Jornalista
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