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Opinião

- Publicada em 09 de Julho de 2020 às 03:00

Essenciais para quem?

Diante do desafio gigante de enfrentar uma pandemia e da necessidade de colocar em prática métodos inéditos para, de alguma forma, tentar controlar a velocidade da disseminação viral e impedir o colapso do sistema de saúde, os serviços, nas mais diversas áreas, passaram a ser classificados como essenciais ou não essenciais. A questão aqui, no entanto, é: essenciais para quem? De maneira geral, a classificação está sendo feita com base no quão necessários estes serviços são para os seus usuários finais. Porém, há o outro ponto de vista, que, se não considerado, poderá tornar as medidas adotadas mais danosas para a população do que o próprio vírus: os serviços são essenciais para quem deles obtém o sustento familiar. Não há atividades não essenciais para as pessoas que delas dependem.
Diante do desafio gigante de enfrentar uma pandemia e da necessidade de colocar em prática métodos inéditos para, de alguma forma, tentar controlar a velocidade da disseminação viral e impedir o colapso do sistema de saúde, os serviços, nas mais diversas áreas, passaram a ser classificados como essenciais ou não essenciais. A questão aqui, no entanto, é: essenciais para quem? De maneira geral, a classificação está sendo feita com base no quão necessários estes serviços são para os seus usuários finais. Porém, há o outro ponto de vista, que, se não considerado, poderá tornar as medidas adotadas mais danosas para a população do que o próprio vírus: os serviços são essenciais para quem deles obtém o sustento familiar. Não há atividades não essenciais para as pessoas que delas dependem.
Aqui no Rio Grande do Sul este sistema de distanciamento intermitente, com play and pause determinado por avaliações semanais, irá nos mostrar um dia o seu resultado geral, não só em relação ao controle da evolução da pandemia, mas também contabilizando os seus efeitos colaterais. Dados preliminares sugerem já um impacto econômico brutal, com taxa incrível de desemprego e liquidação de boa parte dos estabelecimentos comerciais.
Em meados de março foi determinada a parada total de inúmeros serviços; após longo período, foram autorizados a reestabelecerem as suas atividades sob determinadas condições. Prepararam-se então para uma retomada seguindo todas as orientações sanitárias. Reiniciaram, trabalharam alguns dias e foram obrigados a parar novamente, agora sem perspectiva de volta, já que neste período de inverno é habitual o sistema de saúde operar praticamente lotado; em função da pandemia, a demanda deverá ser ainda maior.
A equação é complexa, obviamente, e tenho a convicção de que os nossos gestores estão tentando, incansavelmente, acertar. Navegar por mares não cartografados é um desafio para poucos e tomar decisões sem evidências estabelecidas exige coragem e uma dose de ousadia. Não é momento para julgamentos, tampouco para acharmos que temos as respostas para o que ninguém sabe ao certo. Mas as pessoas precisam trabalhar e os serviços precisam continuar, mesmo que sob condições adversas. Não podemos esquecer, de forma alguma, que todas as atividades que sustentam famílias são essenciais para quem as exerce.
Médico
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