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Opinião

- Publicada em 07 de Julho de 2020 às 03:00

A irracionalidade na pandemia

As históricas divergências políticas no Brasil, impulsionadas pelas últimas eleições presidenciais, trouxeram um inimaginável caráter emocional para a tomada de decisões, quando estas deveriam ser realizadas de forma racional.
As históricas divergências políticas no Brasil, impulsionadas pelas últimas eleições presidenciais, trouxeram um inimaginável caráter emocional para a tomada de decisões, quando estas deveriam ser realizadas de forma racional.
Não raro temos observado agentes públicos proferindo que devemos ouvir a ciência, como se houvesse apenas uma única ciência, a da saúde. E que a saúde tem apenas uma única verdade absoluta.
Dissociar saúde e economia, afirmando que estão preocupados com vidas é jogar para a torcida. Elas estão diretamente interligadas.
Um sistema de saúde precisa de recursos humanos e financeiros, e quanto mais recursos disponíveis, melhor o sistema. Existem divergências dentro das ciências, logo, não são exatas. Quando se ataca um problema grave e desconhecido como uma pandemia, não podemos olhar apenas um lado da moeda nem esquecer as demais enfermidades. Tampouco podemos pensar apenas no presente como se a fatura do futuro nunca precisasse ser paga.
Governantes têm agido de forma arbitrária, considerando-se proprietários de uma única verdade. O isolamento social tornou-se uma bandeira de quem defende vidas, e a crítica a ele representa o mais cruel dos indivíduos.
Não existe solução simples para problemas complexos. A irracionalidade das decisões levou a um isolamento que ultrapassa 100 dias, sob a justificativa da ampliação da capacidade de atendimento aos infectados pelo novo vírus. Algumas regiões não tiveram tempo para se preparar, embora seus pacientes padeçam em corredores de hospitais desde o descobrimento do País. Outros enfrentaram este período com capacidade ociosa de seus leitos, mas a expansão do sistema hospitalar e os investimentos foram diminutos, sendo suas únicas ações de enfrentamento (des)organizado um abre e fecha baseado no faturamento, além de restrições de horários de funcionamento, incentivando as aglomerações que estariam tentando evitar.
É preciso que nossos gestores públicos ouçam a opiniões divergentes, tenham capacidade de enxergar o todo e entendam o reflexo de suas decisões. É preciso buscar soluções conjuntas com toda a sociedade, não apenas com os que compactuam da mesma ideologia, de forma a evitar que medidas autoritárias sejam catastróficas.
Nossos políticos precisam pensar mais na população e menos na popularidade. A mídia precisa ser imparcial e demonstrar as diferentes vertentes das ciências. Isso é salvar vidas!
Economista, empresário e associado do Instituto de Estudos Empresariais
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