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Opinião

- Publicada em 03 de Julho de 2020 às 16:15

A falácia dos 500 bilhões para o Saneamento

Em todo o período que estamos discutindo a privatização do saneamento, desde as edições das Medidas Provisórias de Michel Temer e as investidas de Jair Bolsonaro para entregar a água à iniciativa privada, muito se fala em ter que investir 500 bilhões de reais e que somente o setor privado teria o dinheiro para fazer os investimentos necessários. Isso é uma grande mentira! Por que seria mentira? Simplesmente porque a lei brasileira já permite que o privado se quiser, invista, mas não!
Em todo o período que estamos discutindo a privatização do saneamento, desde as edições das Medidas Provisórias de Michel Temer e as investidas de Jair Bolsonaro para entregar a água à iniciativa privada, muito se fala em ter que investir 500 bilhões de reais e que somente o setor privado teria o dinheiro para fazer os investimentos necessários. Isso é uma grande mentira! Por que seria mentira? Simplesmente porque a lei brasileira já permite que o privado se quiser, invista, mas não!
Eles não querem investir e resolver o problema, querem de fato se apropriar desse bem precioso para a vida. Ah, devemos lembrar que o tal investimento é feito com dinheiro público a juros subsidiados.
O que está sendo proposto não é de forma alguma o investimento para melhorar a vida da população menos favorecida e sim a mercantilização da água. Vejamos alguns exemplos de privatização: Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, teve como solução mágica a privatização, e hoje a população clama pela saída da empresa que ganhou a concorrência na época. Em Manaus, já está privado há 20 anos, e hoje tem somente 12% de esgotamento sanitário com riscos no abastecimento de água, logo na Amazônia.
Tocantins teve a devolução para o Estado dos 78 municípios menos rentáveis, dos 125 privatizados. Sem contar com inúmeros exemplos internacionais, onde o modelo de privatização do saneamento não deu certo. Vamos citar apenas um, muito interessante, que é o do Chile, onde a população tem que escolher em fazer comida ou lavar roupas, e as necessidades fisiológicas são feitas em recipientes que, ao final do dia, são jogados na privada para dar apenas uma única descarga no vaso sanitário.
Essa é a realidade da privatização da água. Pessoas deixadas de lado e o lucro acima de tudo. Se o governo federal realmente fosse patriota como se autoproclama defenderia o seu povo e sua soberania. Entregar saneamento para todos é dever do estado, pois é uma questão de saúde. Água não pode e não deve ser mercadoria, água é vida! Não a privatização da água!
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água
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