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Opinião

- Publicada em 02 de Julho de 2020 às 03:00

Ciência para quê?

Muitos de nós acreditávamos, com certa dose de segurança, que estávamos vivendo a era da ciência, o momento no qual o conhecimento científico seria preponderante e suas ideias assimiladas universalmente. Aqueles que haviam estudado a história e lido que em crises pandêmicas anteriores a humanidade se valeu de crendices e questionamentos das bases científicas da época, acreditavam que isso jamais se repetiria em um mundo altamente conectado, onde o papel da ciência e da tecnologia se tornaram centrais.
Muitos de nós acreditávamos, com certa dose de segurança, que estávamos vivendo a era da ciência, o momento no qual o conhecimento científico seria preponderante e suas ideias assimiladas universalmente. Aqueles que haviam estudado a história e lido que em crises pandêmicas anteriores a humanidade se valeu de crendices e questionamentos das bases científicas da época, acreditavam que isso jamais se repetiria em um mundo altamente conectado, onde o papel da ciência e da tecnologia se tornaram centrais.
Será que houve um erro de avaliação e as sociedades ainda se alimentam de preceitos avessos ao ideário científico? Isso fica perceptível quando, de uma hora para outra, surgem movimentos contra o uso das vacinas ou de apoiadores da ideia de que a Terra é plana, criando um negacionismo científico que chega a beirar a insanidade.
Por não possuírem um conhecimento científico e estarem guiados por paixões outras, muitas pessoas mundo afora fazem afirmações que, na verdade, servem mais como uma assertiva dentro de suas bolhas sociais. Infelizmente, o mesmo mundo conectado, que permite a circulação das ideias e o avanço do conhecimento, traz elementos sociais que carecem do entendimento de alguns conceitos fundamentais do mundo contemporâneo, como o da ciência, da democracia e da tolerância.
Parece que adentramos a era do conhecimento com os pés atolados na lama do obscurantismo. Isso nos leva a refletir sobre o grande papel que a educação tem a desempenhar. Não se trata de transformar a ciência e a tecnologia em uma nova religião, mas sim, de afirmar que sem essas ferramentas poderemos dormir no século XXI e acordar nas cavernas.
Atualmente, temos à disposição um aparato científico e tecnológico muito amplo e importante, mas ele não é absoluto. Ainda não conseguimos responder a muitas questões e, especialmente na saúde, mesmo sendo uma das áreas de maior avanço nos últimos anos, continuamos com diversas doenças que ainda não têm soluções definitivas. Existe muito a aprender e ciência a ser criada.
A história já nos ensinou várias lições, talvez a mais atual seja a de que as mentalidades são uma das últimas coisas a mudar e têm um ciclo de longa duração.
Esse período pode ser maior do que se imagina quando se trata de ciência e nos cabe, como educadores e cientistas, trabalhar ainda mais para que o conhecimento se sobressaia e a razão supere o preconceito.
Reitor da Universidade Feevale 
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