Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 22 de Junho de 2020 às 03:00

O julgamento da história

Os governantes que fraquejam ao enfrentar grandes ameaças, enquanto responsáveis pelos destinos de um povo, serão inevitavelmente condenados e vilipendiados, não importa qual tenha sido a natureza - boa ou má - de suas motivações. Exemplo marcante ocorreu, em 1940, com a humilhante rendição que submeteu a França ao domínio de Hitler, por longos e inapagáveis quatro anos. O histórico vexame ficou maior diante da coragem com que os ingleses resistiram, sozinhos, com "sangue, suor e lágrimas", ao tremendo poderio da Luftwaffe, após ter a França rompido a aliança dos dois países contra o nazismo. O marechal Pétain, chefe do governo rendido, alegou ter tomado a inglória decisão para preservar vidas e a vitalidade da nação.
Os governantes que fraquejam ao enfrentar grandes ameaças, enquanto responsáveis pelos destinos de um povo, serão inevitavelmente condenados e vilipendiados, não importa qual tenha sido a natureza - boa ou má - de suas motivações. Exemplo marcante ocorreu, em 1940, com a humilhante rendição que submeteu a França ao domínio de Hitler, por longos e inapagáveis quatro anos. O histórico vexame ficou maior diante da coragem com que os ingleses resistiram, sozinhos, com "sangue, suor e lágrimas", ao tremendo poderio da Luftwaffe, após ter a França rompido a aliança dos dois países contra o nazismo. O marechal Pétain, chefe do governo rendido, alegou ter tomado a inglória decisão para preservar vidas e a vitalidade da nação.
Discute-se, até hoje, se ele teria agido de acordo com a maioria dos franceses, à época; mas, terminada a guerra, suas razões foram rejeitadas e ele foi duplamente condenado: com uma sentença de morte, por traição à pátria (depois convertida em prisão perpétua); e, mais, com a também perpétua nódoa de desonra, nos anais da história mundial.
Governantes de todo o mundo reagiram de diferentes formas à invasão da Covid-19, embora a todos coubesse a mesma responsabilidade de "preservar vidas e a vitalidade" de seus países. Uns poucos adotaram o isolamento vertical, uma quarentena seletiva dos grupos de risco, a par de práticas defensivas, individuais e coletivas. Não ignoravam a provável sobrecarga do sistema de saúde e inevitáveis perdas de vidas preciosas. Mas, sabiam que é preciso coragem e determinação para enfrentar desastres tais como epidemias, catástrofes naturais ou guerras artificiais.
Porém, a maioria dos governantes optou pela imposição de medidas drásticas de isolamento horizontal, a fim de conseguir o "achatamento" da curva de contágio, alegadamente para ganhar tempo para evitar o colapso da estrutura hospitalar. Decretaram quarentenas, impuseram "lockdowns" e conseguiram a proeza inédita de paralisar a economia mundial, espalhando medo entre o povo e dizimando empresas e empregos, aos milhões. Não perceberam ou desconsideraram o fato de que a vitalidade da nação envolve a preservação dos meios de existência da população, em larga escala, não só de imediato, mas também e principalmente, a longo prazo.
Terão agido certo? Estarão errados? É cedo para dizer, mas o certo é que, cedo ou tarde, a história os julgará. Implacavelmente.
Empresário
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO