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Opinião

- Publicada em 19 de Junho de 2020 às 16:19

O velho Lutz

Excelente a reportagem sobre as três gerações Lutzenberger publicada no caderno Viver da edição de 5, 6 e 7 de junho. No entanto, o ecologista José Lutzenberger (1926-2002) mereceria uma matéria maior, devido a inegável e valiosa importância do seu legado. É que tive o privilégio, como repórter da sucursal de Porto Alegre de O Estado de São Paulo, o Estadão, nas décadas de 70 e 80, de entrevistá-lo tantas vezes, que praticamente acompanhei toda a sua trajetória de pioneiro na difusão da Ecologia. Inclusive, no dia 25 de fevereiro de 1975, fui o primeiro repórter a chegar na João Pessoa, onde o estudante Carlos Alberto Dayrell subiu numa Acácia-tipa para protegê-la do corte iminente. O gesto dele, inspirado nas reuniões da Associação Gaúcha de Proteção ao Meio Ambiente (Agapan)-, criada por Lutzenberger, teve ampla repercussão nacional.
Excelente a reportagem sobre as três gerações Lutzenberger publicada no caderno Viver da edição de 5, 6 e 7 de junho. No entanto, o ecologista José Lutzenberger (1926-2002) mereceria uma matéria maior, devido a inegável e valiosa importância do seu legado. É que tive o privilégio, como repórter da sucursal de Porto Alegre de O Estado de São Paulo, o Estadão, nas décadas de 70 e 80, de entrevistá-lo tantas vezes, que praticamente acompanhei toda a sua trajetória de pioneiro na difusão da Ecologia. Inclusive, no dia 25 de fevereiro de 1975, fui o primeiro repórter a chegar na João Pessoa, onde o estudante Carlos Alberto Dayrell subiu numa Acácia-tipa para protegê-la do corte iminente. O gesto dele, inspirado nas reuniões da Associação Gaúcha de Proteção ao Meio Ambiente (Agapan)-, criada por Lutzenberger, teve ampla repercussão nacional.
Quanto ao velho “Lutz”, como o chamávamos carinhosamente, devo reconhecer que aprendi muito com ele. Ele tinha uma velha camioneta e uma vez me disse que não lavava o carro com água tratada, pois aproveitava a água da chuva ao transitar. O que eu passei a fazer com o Volks 79 e que faço hoje com o Fox 2007. Quando me cobram disso, lembro a situação de São Paulo. Os paulistas devem ter sido pioneiros na utilização do sistema lava-jato, pelo qual cada carro lavado consome milhares de litros de água tratada. Mas, a cada verão, os paulistanos sofrem com o racionamento de água.
Além do valor da água, aprendi com o Lutz muito sobre a questão energética. Lembro que ele um dia me falou sobre a Usina de Itaipú.
As megas usinas elétricas, relatou, tem dois prejuízos: na Ecologia e na Segurança. Dez pequenas usinas espalhadas pela região atendida pela Itaipú causariam muito menos impacto ecológico e seriam muito mais seguras. Curiosamente, há uns vinte dias atrás, assisti na televisão um documentário sobre a maior usina elétrica do mundo, uma obra monstruosa, que fica localizada na região de Shangai, no China. E, lembrei do Lutz numa cena em que o repórter caminha por cima da usina e, ao fundo, aparece um pelotão de militares se deslocando pela área. O repórter não fez referência, mas obviamente que a maior usina do mundo é, também, a mais protegida e por militares. Aliás, embora o futuro esteja na energia solar e na energia eólica - que o Brasil tem em abundância, mas nossas autoridades e o mercado não tem demonstrado competência e nem interesse para melhor explorá-las- os chineses investem pesadamente e há muito tempo em energia elétrica. Tanto em seu próprio país, como em todo mundo, pois já são nossos vizinhos, bem aqui perto, em municípios que participam da em Turismo chamada de Rota Romântica.
Jornalista
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