Continuam as discussões por conta de um quase irrefletido embate entre cuidar da saúde ou da economia. No Rio Grande do Sul, mantém-se uma postura equilibrada. Não se quer - e isso sempre é repetido - que a preocupação mais do que legítima com a saúde pública seja negligenciada em prol dos problemas econômicos que estão aí, visíveis para todos.
No entanto, as demissões e o fechamento de atividades comerciais em muitos setores são fatos inquestionáveis. E, contra fatos, os argumentos falecem. Tanto o governo do Estado quanto a prefeitura de Porto Alegre têm buscado um equilíbrio, baseados em pesquisas e números da rede hospitalar gaúcha e da Capital, com vistas ao isolamento parcial e ao fechamento de atividades, ou ao distanciamento programado.
Fora de atitudes pensadas e com base em dados oficiais de pesquisas na área da saúde, corremos o perigo de lamentarmos, adiante, números trágicos. Ninguém está gostando do isolamento por mais de 90 dias nas residências, com pouca ou nenhuma circulação, sem contato com familiares, colegas e amigos.
Mas não se pede que seja do gosto, mas que os gaúchos entendam e aceitem a necessidade das medidas tomadas pelo governo estadual e em Porto Alegre.
A falta de uma coordenação ampla por parte do governo federal e com os hiatos pela demissão de dois ministros da Saúde com certeza não ajudaram em nada na condução de ações coletivas de norte a sul do Brasil.
Por conta disso, dos problemas econômicos decorrentes e, piorando tudo, de embates políticos em Brasília e em alguns estados, tivemos um retardo crucial no combate à pandemia e que nos está custando caro, ainda que a doença tem matado e apresentado recidivas em outros países, caso da China.
Por tudo isso, a união de esforços, o apoio e a participação da população são muito importantes para o sucesso no combate à Covid-19, que tanto mal tem feito na população, em todos os sentidos. Importante é que se cumpram as orientações, mesmo que haja preocupação com as atividades comerciais e industriais, que já sofreram e ainda têm dificuldades em se manter sem estarem operando como é o normal.
Para todos nós, cidadãos, é momento de pensar na coletividade. De ter ideias que melhorem nossa vida. O vírus nos obrigou a nos virtualizar. Que a crise e o isolamento nos permitam desenvolver novas habilidades socioemocionais, como disciplina, persistência e autocontrole. E que vençamos esta crise.