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Opinião

- Publicada em 15 de Junho de 2020 às 03:00

Efeito colateral da pandemia

Gilberto Lahorgue Nunes
Com a pandemia global, um fenômeno tem chamado a atenção. Pacientes portadores de doenças cardiovasculares (tais como hipertensão, insuficiência cardíaca e outras) estão deixando de procurar o acompanhamento médico por medo de contaminação pela Covid-19.
Com a pandemia global, um fenômeno tem chamado a atenção. Pacientes portadores de doenças cardiovasculares (tais como hipertensão, insuficiência cardíaca e outras) estão deixando de procurar o acompanhamento médico por medo de contaminação pela Covid-19.
O receio de buscar atendimento médico durante a pandemia também tem provocado uma marcada redução no número de pacientes com infarto do miocárdio e outros quadros agudos atendidos nas emergências dos hospitais. Como consequência, tanto no Brasil quanto em outros países, tem sido observado um aumento expressivo da ocorrência de paradas cardíacas em casa. Além disso, pacientes com infarto e derrames têm procurado os hospitais apenas mais tardiamente, geralmente quando a situação clínica se torna mais crítica.
Essa demora em procurar atendimento reduz os benefícios dos tratamentos comprovadamente eficazes dessas doenças (desobstrução por cateter ou por medicamentos) e aumenta de forma significativa o risco de complicações graves, incluindo a morte.
Neste momento de medo generalizado, é importante deixar claro à população que não podemos prescindir do acompanhamento e tratamento das demais doenças (quer sejam crônicas ou agudas), as quais podem causar consequências à saúde tão ou mais sérias do que a Covid-19.
Consultórios médicos estão adotando um conjunto de medidas para minimizar o risco de contaminação e garantir a segurança no atendimento aos pacientes. Alternativamente, clínicas e convênios de saúde têm disponibilizado sistemas de atendimento remoto por intermédio de aplicativos de telemedicina. As videochamadas por aplicativos de celular também são uma alternativa prática e acessível para manter o contato com o médico.
Independentemente da forma (presencial ou não), é fundamental que o atendimento médico seja mantido especialmente para os portadores de doenças do coração e circulatórias. E mais importante ainda: sintomas cardiológicos agudos (como dor no peito intensa, falta de ar, taquicardia etc.) não podem ser negligenciados, e o atendimento médico de emergência deve ser procurado imediatamente.
Não podemos permitir que esta pandemia tenha como efeito colateral grave o aumento da mortalidade e das sequelas provocadas pelas doenças cardiovasculares simplesmente por falta de atendimento médico adequado.
Cardiologista
 
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