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Opinião

- Publicada em 10 de Junho de 2020 às 03:00

Vamos falar sobre masculinidade

As famílias, em distanciamento social, estão participando diretamente do processo de educação dos(as) filhos(as), que, tanto na escola quanto dentro de casa, exige paciência, comprometimento e muita dedicação. Não é diferente educar em direitos uma sociedade doente. Doente por machismo, racismo, homofobia e todas as formas de discriminação e preconceito. Certo é que muitas doenças doem, mas, neste momento, uma tem doído muito, a violência contra a mulher. Na segunda-feira, dia 1º de junho, não foi diferente, mais uma morte foi noticiada, e o número de feminicídios aumentou neste período de pandemia.
As famílias, em distanciamento social, estão participando diretamente do processo de educação dos(as) filhos(as), que, tanto na escola quanto dentro de casa, exige paciência, comprometimento e muita dedicação. Não é diferente educar em direitos uma sociedade doente. Doente por machismo, racismo, homofobia e todas as formas de discriminação e preconceito. Certo é que muitas doenças doem, mas, neste momento, uma tem doído muito, a violência contra a mulher. Na segunda-feira, dia 1º de junho, não foi diferente, mais uma morte foi noticiada, e o número de feminicídios aumentou neste período de pandemia.
Imenso tem sido o trabalho de educar e mostrar que a mulher merece respeito e ter sua integridade física e mental assegurada. E da mesma forma que se tem orientado as mulheres a procurarem ajuda, toda a sociedade tem sido chamada à responsabilidade de protegê-las. Cada vida perdida por conta de omissão deve pesar na sociedade.
Com o distanciamento social e a permanência dos casais em casa, enfrentando inúmeros problemas, dentre eles a crise financeira e o impacto emocional do isolamento, as mulheres estão, de fato, mais vulneráveis. Todavia, a violência não é fenômeno novo ou ocasionado pela quarentena, mas sim um problema que vem permeando a sociedade brasileira desde longa data. Inúmeros mecanismos estão sendo colocados à disposição das mulheres para procurarem ajuda. Devemos nos comprometer, nos mobilizar e nos unir. Mas não basta a mulher saber os seus direitos e a sociedade estar comprometida, é necessário que o homem - sim, o homem - seja educado. Mas não está sendo tarefa fácil educar os homens. Ainda mais quando paira o machismo patriarcal na sociedade brasileira.
Está na hora de mudar a forma de pensar a masculinidade. Estamos vivendo um período de medo, insegurança e a reação dos homens em face de sua fragilidade nessa realidade acaba sendo a violência. Por conta de contextos históricos, a masculinidade é reproduzida no dia a dia como uma prerrogativa de poder, o que não é aceitável.
Precisamos falar sobre masculinidade e mudar esse paradigma. É inadmissível que mais vidas sejam perdidas. Respeito pode e deve ser aprendido. Cada um de nós é responsável por mudar esta trágica realidade de violência contra as mulheres. É chegada a hora, e já chegou tarde, de o homem aprender a respeitar a mulher.
Presidente da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul
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