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Opinião

- Publicada em 10 de Junho de 2020 às 03:00

Depois da crise

O historiador inglês Eric Hobsbawm, em seu clássico A era dos extremos: o breve século XX, sugere que aquele centênio iniciou-se efetivamente apenas com a Primeira Guerra Mundial. Para o historiador britânico, essas transições não são determinadas apenas pelas datas, mas por fatos marcantes e paradigmáticos. Se a hipótese de Hobsbawm tem sentido, e eu acho que tem, estamos sendo testemunhas e protagonistas do início do século XXI neste trágico e melancólico 2020. O mundo todo está crispado. A era Trump inaugurou um novo normal. Após sua posse, a multipolaridade foi, aos poucos, desconstituindo-se e novos e velhos ranços passaram a ditar o humor das relações entre as nações, incentivando uma espécie de novo alinhamento que institui novos antagonismos, tanto externa quanto internamente nos vários países. Infelizmente, a hegemonia projetada por Trump é reacionária e retrocede os acúmulos positivos alcançados pela humanidade. Em todos os aspectos, Trump significa atraso: é um nacional populista, retrógrado nos costumes, violento na conduta e hiperliberal na economia. Trump é uma síntese do pior que o capitalismo poderia produzir. No Brasil, como se sabe, tem o seu farsesco títere, que, como Trump, ainda exerce algum fascínio em parcelas minoritárias.
O historiador inglês Eric Hobsbawm, em seu clássico A era dos extremos: o breve século XX, sugere que aquele centênio iniciou-se efetivamente apenas com a Primeira Guerra Mundial. Para o historiador britânico, essas transições não são determinadas apenas pelas datas, mas por fatos marcantes e paradigmáticos. Se a hipótese de Hobsbawm tem sentido, e eu acho que tem, estamos sendo testemunhas e protagonistas do início do século XXI neste trágico e melancólico 2020. O mundo todo está crispado. A era Trump inaugurou um novo normal. Após sua posse, a multipolaridade foi, aos poucos, desconstituindo-se e novos e velhos ranços passaram a ditar o humor das relações entre as nações, incentivando uma espécie de novo alinhamento que institui novos antagonismos, tanto externa quanto internamente nos vários países. Infelizmente, a hegemonia projetada por Trump é reacionária e retrocede os acúmulos positivos alcançados pela humanidade. Em todos os aspectos, Trump significa atraso: é um nacional populista, retrógrado nos costumes, violento na conduta e hiperliberal na economia. Trump é uma síntese do pior que o capitalismo poderia produzir. No Brasil, como se sabe, tem o seu farsesco títere, que, como Trump, ainda exerce algum fascínio em parcelas minoritárias.
É neste contexto que a pandemia da Covid-19 surge e se impõe como monotema. Aquilo que era tendência - a crise da economia, do sistema internacional e dos valores societários - se aguça e projeta a maior crise que a humanidade já enfrentou desde a Primeira Guerra e a quebra da Bolsa de Nova York. Assim como foi necessária uma forte coesão entre Estados e sociedades (lembrem de Keynes) para a reconstrução do mundo naquela época, teremos que enfrentar esse desafio também agora.
Por isso, sustento que nossa retomada não pode ser o simples retorno ao normal da desigualdade, do lucro acima de tudo e de todos, das agressões ambientais, da violência social e de gênero, do militarismo e da corrida armamentista. A crise da Covid-19 é e será grave porque gera mortes, perdas financeiras, desemprego e até fome se não desenvolvermos rapidamente políticas públicas eficientes de apoio aos pequenos negócios e aos mais pobres. Mas essa crise é, também, uma oportunidade para reconstruirmos nossos valores e derrotarmos não apenas o vírus, mas também os que tentam nos escravizar em torno de seus projetos anti-humanos.
Deputado estadual (PT)
 
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