Em meio às dúvidas geradas pela pandemia, uma certeza se cristalizou: nada será igual a antes. Das relações pessoais até as comerciais, tudo está em transformação. E isso não precisa ser necessariamente ruim. É evidente que não podemos tratar como positivo um processo dramático que tem tirado a vida de milhares de pessoas. Contudo, se é uma realidade da qual não existe escapatória, precisamos compreendê-la e nos reinventar com velocidade.
Fomos forçados a nos isolar. A deixar de encontrar filhos, pais e amigos. A esquecer hobbies e sentimentos menores. Quem não passou a dar mais valor a pequenas coisas? Quem não se tornou mais solidário e altruísta? Li recentemente uma frase que resume tudo isso, uma pena não recordar seu autor: “estamos vivendo um supletivo da alma”. É a chance de avançar, recuperar o tempo perdido e de nos tornarmos melhores pessoas em curto prazo.
Se o vírus obrigou o isolamento, este, por sua vez, gerou uma crise sem precedentes em diversos setores da economia de forma espiral. Em diferentes escalas, todos os negócios sentiram seus efeitos – das gigantes do varejo aos pequenos comércios de rua. Quem não tinha nem engatinhado em sua transformação digital foi obrigado a acelerar como nunca. Vivemos semanas em uma década. Sites de vendas, aplicativos ou a simples e direta comercialização por WhatsApp viraram rapidamente uma alternativa importante para quem ainda não havia migrado para esses meios. O que antes era uma possibilidade hoje é uma necessidade para não sucumbir. O que agora é movido por desespero amanhã pode virar ampliação e consolidação de mercado.
E nas relações empresariais, por exemplo, é realmente necessário ter uma grande sede? Ou, com organização e disciplina, é possível ter boa parte dos colaboradores em home office, reduzindo custos? Preciso realizar reuniões presenciais longas e regadas a muitos cafezinhos? Ou uma call objetiva resolveria? Grandes companhias, parlamentos e governos decidem remotamente. Tudo mudou. A vida agora é de outro jeito.
O coronavírus nos testa em todos os sentidos – emocional, humano, social e econômico. Diante de um inimigo como esse, podemos ficar inertes e sucumbir. Ou podemos aceitar a provocação e buscar nossa reinvenção, mesmo que forçada. Se nada será igual, por que não se esforçar para que seja um pouco melhor? Avante.
Consultor de empresas