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Opinião

- Publicada em 21 de Maio de 2020 às 18:50

Tateando no escuro

“Pode um cego guiar outro cego?” A parábola bíblica se mantém atual. Praticamente nenhum de nós já vivenciou uma pandemia. Estamos em um momento em que nossas vidas, em algum grau, estão em risco, desde qualidade até existência. Isso, por si só, já é motivo suficiente para que emoções e pensamentos desenfreados emerjam, seguidos de comportamentos e consequências igualmente acelerados e nem sempre desejados.
“Pode um cego guiar outro cego?” A parábola bíblica se mantém atual. Praticamente nenhum de nós já vivenciou uma pandemia. Estamos em um momento em que nossas vidas, em algum grau, estão em risco, desde qualidade até existência. Isso, por si só, já é motivo suficiente para que emoções e pensamentos desenfreados emerjam, seguidos de comportamentos e consequências igualmente acelerados e nem sempre desejados.
A sistemática polarização de ideias é o que mantém os debates acessos, e com eles, a possibilidade de enxergamos cenários que antes nosso conhecimento não alcançava. Porém, o momento que estamos atravessando está atraindo oposições para extremos inconciliáveis, não pelas ideias em si, mas pelo comportamento originado por elas.
Diferentes países elegeram ações distintas para lidar com a pandemia. China preferiu não divulgar no início, e resolver sozinha. Suécia não decretou quarentena, porém sua população voluntariamente aderiu ao isolamento. Inglaterra decidiu deixar o vírus se espalhar, para que seus cidadãos adquirissem imunidade, mas precisou mudar de política. Coreia do Sul iniciou precocemente a conscientização da população e realiza 20 mil testes por dia. Brasil iniciou a quarentena preocupado com a situação social e econômica de sua grande população.
Além dessas diferenças, que demonstram não apenas a regionalização das políticas, mas também a falta de um protocolo definitivo, somos surpreendidos diariamente com novidades sobre o Sars-Cov-2, com renomados infectologistas se posicionando ferrenhamente a favor do isolamento, e outros categoricamente afirmando que apenas a exposição ao vírus e a criação de imunidade acabará com a pandemia. Além disso, dúvidas sobre a real possibilidade de transmissão a partir de corpos sendo velados em funerais, e transmissão a partir e alimentos são algumas situações ainda sem definição.
A própria Organização Mundial de Saúde, órgão que não tem a força política para impor medidas, procura um rumo para orientar os países. No final das contas, nossas opiniões infladas e definitivas não parecem ser compatíveis ao momento, quando diariamente novidades sobre o vírus surgem. Ainda tateamos no escuro.
Como os cegos, que sem a visão apuram sobremaneira outros sentidos para seguir em frente, apuremos nós também nossas ideias para outros sentidos, pois diariamente surgem novas informações que mudam as certezas que tínhamos no dia anterior. Pois, se como cegos intelectuais guiarmos outros cegos, cairemos todos no mesmo buraco.
Coach
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