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Opinião

- Publicada em 19 de Maio de 2020 às 14:11

A ciência em tempos de Covid-19

Não é de hoje que a ciência no Brasil sofre revés. Maio de 2019 foi marcado por protestos devido aos cortes anunciados pelo governo Bolsonaro na área da educação e pesquisa. A ciência produzida no Brasil estava em risco. Estudantes, docentes, pesquisadores estavam engajados em poder (de)mostrar para a sociedade a importância da ciência. Ninguém, naquela ocasião, poderia imaginar que um novo coronavírus, o SARS-Cov-2, ia chegar e abalar o mundo.
Não é de hoje que a ciência no Brasil sofre revés. Maio de 2019 foi marcado por protestos devido aos cortes anunciados pelo governo Bolsonaro na área da educação e pesquisa. A ciência produzida no Brasil estava em risco. Estudantes, docentes, pesquisadores estavam engajados em poder (de)mostrar para a sociedade a importância da ciência. Ninguém, naquela ocasião, poderia imaginar que um novo coronavírus, o SARS-Cov-2, ia chegar e abalar o mundo.
E agora quem poderá descobrir um medicamento eficaz? Quem poderá desenvolver a vacina? Quem poderá nos salvar? Os cientistas e pesquisadores surgiram como protagonistas na batalha da humanidade contra o vírus, que já levou milhares e milhares de vidas. Medicamentos já existentes que possam ter ação contra o SARS-Cov-2 estão sendo estudados para tratar e curar os infectados, já que a vacina e novos fármacos necessitam de um tempo para serem desenvolvidos. Nessa linha de raciocínio surgem os teste com a cloroquina, fármaco utilizado no tratamento da malária, lúpus e artrite reumatóide. A cloroquina ganhou notoriedade por aqui no dia 24 de março quando o presidente cita o medicamento em seu pronunciamento à nação.
Está sendo conduzido no Brasil o estudo CloroCovid-19 com a participação de pesquisadores de diversas Universidades e instituições de pesquisa. Os resultados preliminares do estudo foram publicado em meados de abril: a taxa de letalidade no grupo que utilizou a cloroquina foi de 13%. Em outros estudos a taxa de letalidade encontrada, em pacientes em iguais condições, que não utilizaram o medicamento foi de 18%. Esse números levaram a conclusão que, ainda, não é possível garantir a eficácia da cloroquina no tratamento da Covid-19.
A repercussão desses achados científicos nas redes sociais é que chama atenção. Os pesquisadores foram xingados e, até, ameaçados de morte. Os achados científicos não são, por natureza, irrefutáveis, mas exigem respeito. Esse foi um lamentável episódio para a ciência brasileira.
Doutoranda em Epidemiologia/UFRGS
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