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Opinião

- Publicada em 19 de Maio de 2020 às 03:00

Condenados à liberdade

Miki Breier
"O homem está condenado a ser livre." A afirmação - e tese - do filósofo francês Jean Paul Sartre nunca foi tão atual. Pode até parecer contraditória. Mas, definitivamente, não é. Somos obrigados a fazer escolhas a todo instante. Das mais simples, sobre a roupa que vamos usar ou o cardápio do almoço, às mais complexas, como aquelas que impactam na vida das pessoas e na comunidade em que estamos inseridos, tomamos em média 35 mil decisões por dia.
"O homem está condenado a ser livre." A afirmação - e tese - do filósofo francês Jean Paul Sartre nunca foi tão atual. Pode até parecer contraditória. Mas, definitivamente, não é. Somos obrigados a fazer escolhas a todo instante. Das mais simples, sobre a roupa que vamos usar ou o cardápio do almoço, às mais complexas, como aquelas que impactam na vida das pessoas e na comunidade em que estamos inseridos, tomamos em média 35 mil decisões por dia.
O fato é que não podemos prescindir do nosso poder decisório. Você pode até pensar: "Eu posso não fazer nada", "manter-me neutro" ou mesmo "não quero nem um, nem outro". Nesses casos, ainda sim, você estará decidindo. Não tomar posição também é optar.
Em tempos de pandemia, recaem sobre os governantes - principalmente aos municipais e estaduais - a difícil missão de decidir o que é prioritário em sua comunidade. Abrir ou fechar o comércio? Permitir ou não o funcionamento da indústria? Endurecer ou abrandar as políticas de distanciamento social? Pensar primeiro na saúde pública ou na economia? São questões que, tenho certeza, tiraram e ainda vêm tirando o sono de milhares de prefeitos e governadores País afora. São decisões que impactam de forma definitiva e irreversível na vida das pessoas. Pode ter desdobramentos positivos, como a contenção do avanço do vírus. Ou negativos, como o aumento do número de infectados e consequentemente de óbitos. Existem equações muito complexas a serem resolvidas. E não há uma fórmula mágica. Há, sim, escolhas humanas - difíceis e passíveis de erros.
Em Cachoeirinha, priorizamos a vida das pessoas sem descuidar do emprego e da renda. Há pelo menos três meses, somos obrigados a decidir entre o ruim e o péssimo. São opções duras, nada fáceis, porém necessárias. Ninguém quis, lá atrás, determinar o fechamento do comércio, cancelar eventos públicos e privados ou restringir a circulação de pessoas na cidade. Mas, à época, foi necessário para conter o avanço do vírus. Como seria se tivéssemos feito diferente?
Se estamos condenados ao nosso próprio livre-arbítrio, que possamos escolher a vida, o cuidado ao próximo e a solidariedade. Só assim poderemos sair dessa pandemia melhores do que entramos.
Prefeito de Cachoeirinha (PSB)
 
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