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Opinião

- Publicada em 15 de Maio de 2020 às 16:45

A saúde no País do futebol

A saúde pública tem sido um ponto crítico a nível municipal, estadual ou federal. As soluções encantadoras surgem apenas em períodos eleitorais. Criado em 1988, com 32 anos de existência, o Sistema Único de Saúde (SUS) surgiu com a intenção de pensar um sistema público para solucionar os problemas encontrados no atendimento da população defendendo o direito universal à saúde. De lá pra cá, vimos muito verbo e pouca verba.
A saúde pública tem sido um ponto crítico a nível municipal, estadual ou federal. As soluções encantadoras surgem apenas em períodos eleitorais. Criado em 1988, com 32 anos de existência, o Sistema Único de Saúde (SUS) surgiu com a intenção de pensar um sistema público para solucionar os problemas encontrados no atendimento da população defendendo o direito universal à saúde. De lá pra cá, vimos muito verbo e pouca verba.
Sob a luz da experiência confirma-se a falta de profissionais na saúde pública: Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) o Brasil possui a média de 1 médico para cada 475 habitantes, não obstante, tivemos 34 mil leitos do SUS fechados nos últimos 8 anos.
O investimento público brasileiro em saúde é baixo em comparação ao de países com sistemas semelhantes de cobertura universal. O gasto médio por habitante é de R$ 1.300 reais, No Reino Unido, que possui um sistema universal semelhante, o gasto médio com cada habitante é 10 vezes maior.
saúde é caro, é verdade, porém, o contribuinte brasileiro paga uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo, para ser mais preciso 35% do PIB do país, logo, o mínimo que se espera é um atendimento que corresponda e essa montanha de impostos.
Diante do exposto, vamos mergulhar no tempo e voltar para 2014 para rememorar os gastos oceânicos com estádios em detrimento da saúde pública. Um total de 6 estádios construídos da estaca zero e 6 estádios reformados ao custo de R$ 8,3 bi, isso sem considerar os custos satélites como mudanças na mobilidade urbana, por exemplo, que o TCU contabilizou em de R$ 7 bi e aeroportos mais R$ 6,2 bi.
Só no estádio Mané Garrincha foram gastos mais de R$ 1,5 bi a troco do título do 2º estádio mais caro do mundo. Com esse valor seria possível construir 21,42 hospitais equipados. Com o valor unitário gasto com cada um dos 70 mil assentos do estádio Mané Garrincha, poderia ser comprado um respirador hospitalar no valor de RS 17.000,00.
As obras da copa de 2014 tiveram um erro expressivo de projeção, custaram 66% a mais que o previsto. Ademais, a Lava-Jato aponta um sobrepreço de R$ 1,5 bi em fraude com empreiteiras. Não fosse os repetidos escândalos de corrupção e a falta de planejamento, quiçá poderíamos fazer como a China e levantar um hospital em uma área de 34.000 metros quadrados, em 10 dias, somente para fortificar o combate ao Covid-19.
Para enfatizar o desequilíbrio de bom senso nessa relação obras da Copa x Saúde, podemos fazer alusão ao Programa Previne Brasil, criado em novembro de 2019, que afirma que ao investir 2 bilhões na saúde, o governo inclui mais de 50 milhões de brasileiros na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste caso, 50 milhões de brasileiros que não eram acompanhados passaram a ser amparados pelos serviços de saúde da Atenção Primária, que cuida dos problemas mais frequentes, como diabetes e hipertensão, através de consultas médicas, exames e vacinação.
O Estado do AM, que possui um elefante branco, a Arena da Amazônia, que custa mensalmente R$ 1 milhão aos cofres públicos, vive uma turbulência na área da saúde. Com 91% dos leitos de UTI ocupados, mais de 300 mortes pela Covid-19 e falta de equipamentos como respiradores, a situação por lá evidencia as consequências da falta de investimento na área saúde.
Perante esse tema, ensejando o momento, como não lembrar da descabida e inesquecível frase do ex-jogador Ronaldo Fenômeno: “Não se faz Copa do Mundo construindo hospitais”. Pois bem, a resposta chegou: Não se combate uma pandemia da magnitude da Covid-19 com estádios de futebol.
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