Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 23 de Abril de 2020 às 17:29

Doença de riscos incalculáveis ao Brasil

Sebastião Ventura Pereira da Paixão Jr.
Sebastião Ventura Pereira da Paixão Jr.
O mundo globalizado gera a possibilidade de doenças exponenciais. O risco era conhecido, mas a capacidade estrutural das nações, não. Constatada a ameaça, surge a necessidade de adoção de medidas de urgência, sendo algumas extremamente severas e de altíssimo custo econômico. Infelizmente, diante da ofensiva pandêmica, não existe solução fácil ou barata. E, entre prejuízos patrimoniais e a proteção da vida, cabe aos governos a máxima tutela da dignidade humana em todas as suas formas possíveis.
Sim, a imposição de isolamento social é uma medida drástica. Todavia, enquanto a ciência não desenvolver um medicamento eficaz, o temporário distanciamento humano tem se revelado a melhor forma de contenção epidemiológica. Concordo que não é fácil; sou filho de uma mãe idosa com doença degenerativa, a exigir cuidados especiais. A ironia da situação é que, embora todo meu amor por ela exija proximidade e troca de carinho, posso acabar por ser o agente transmissor de um vírus letal. Que drama. Temos, portanto, que fazer escolhas difíceis à luz de circunstâncias extraordinárias.
No plano macro, tais escolhas difíceis também recaem sobre os governos constituídos. No caso brasileiro, nosso sistema de saúde já opera em capacidade máxima na normalidade dos dias. Ou seja, não temos capacidade ociosa em nossos hospitais e o advento exponencial de uma patologia mortal poderá levar o sistema público e privado ao colapso absoluto. A situação é delicadíssima, mas, diante da precária condição da estrutura de saúde brasileira, a imposição forçada de pautas de distanciamento social se torna imperativas.
É claro que temos que cuidar o eventual autoritarismo de certas medidas. Para tanto, é fundamental a existência de uma imprensa livre e crítica aos governos de plantão. Para além disso, o mais essencial é resgatarmos nosso espírito solidário de sociedade e consciência cívica para que, juntos, a partir do somatório de virtuosas ações anônimas, consigamos debelar a grave ameaça do presente. Depois, resolveremos, democraticamente, os déficits e insuficiências da política.
Felizmente, não existe tempestade que dure para sempre. O sol naturalmente voltará a raiar. Nosso desafio atual é fazer com que o provisório distanciamento do agora nos faça uma comunidade mais unida nos dias que virão. O mundo será outro depois da Covid-19. Se melhor ou pior, será algo que vamos ver vivendo. Todavia, a união solidária da sociedade brasileira em torno de fundamentais pautas comuns pode ser início de uma era positivamente transformacional.
Advogado
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO