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Opinião

- Publicada em 14 de Abril de 2020 às 03:00

Para que ônibus?

O transporte coletivo em Porto Alegre tem sido visto pela sociedade como um "ser" próximo à extinção. Isso tem muito a ver com os nossos representantes do povo. Temos hoje, em Porto Alegre, vereadores muito mais preocupados em preservar os seus feudos do que o bem da coletividade. Protegem e dão abrigo aos sistemas de transportes informais, e dão as costas aos sistemas regulares, os verdadeiros e reais pagadores de impostos, que são a base para a economia de qualquer estado.

O transporte coletivo em Porto Alegre tem sido visto pela sociedade como um "ser" próximo à extinção. Isso tem muito a ver com os nossos representantes do povo. Temos hoje, em Porto Alegre, vereadores muito mais preocupados em preservar os seus feudos do que o bem da coletividade. Protegem e dão abrigo aos sistemas de transportes informais, e dão as costas aos sistemas regulares, os verdadeiros e reais pagadores de impostos, que são a base para a economia de qualquer estado.

Sistemas regulares, como ônibus, táxi e lotação, se viram obrigados a dispensar aproximadamente 2 mil funcionários nos últimos anos em Porto Alegre, o que, certamente, resultou em aumento de trabalhadores informais. Hoje, estamos vendo a pressão que assola esses trabalhadores, nesta terrível crise do coronavírus.

Por outro lado, também temos uma população que caiu nas graças dos sistemas por aplicativos. A mesma população que provavelmente ficou indignada quando o governo publicou uma medida provisória no dia 21 de março, revogada em parte, onde o trabalhador formal teria os contratos simplesmente suspensos. Bem-vindos ao universo da informalidade! Trabalhou ganhou. Sem direito a férias, FGTS, 13º salário.

Mas, ao contrário do que muita gente pensa, o transporte coletivo por ônibus, diante de todo este pânico, continua transportando 160 mil passageiros diários, mesmo com as restrições de deslocamentos com o fechamento do comércio, instituições de ensino, restaurantes, entre outros. Aliás, em nenhuma grande cidade do planeta, diante desta pandemia, o transporte público sofreu lockdown.

Pergunto, como está indo trabalhar a auxiliar de enfermagem que mora na Lomba do Pinheiro e utiliza dois ônibus para chegar ao Hospital Moinhos de Ventos? Como os trabalhadores que produzem álcool gel, respiradores e outros equipamentos para o hospital, chegam às fábricas? E as cuidadoras dos idosos, que tanto as autoridades alertam para que preservemos? Como chegam ao seu destino?

Esperamos sim, quando a tempestade passar, que possamos repensar profundamente o nosso "setup" de consciência social, principalmente quanto à informalidade instalada na economia. Caso contrário, serviços como saúde, ensino, segurança e transportes cada vez mais caminharão para a degradação.

Engenheiro de Transportes

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