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Opinião

- Publicada em 05 de Março de 2020 às 03:00

Algumas querem flores, mas todas, respeito

Para além de uma data comemorativa, o Dia da Mulher, que transcorrerá no próximo dia 8, é uma oportunidade de relembrar as muitas lutas travadas por nossas antepassadas para que pudéssemos exercer direitos civis básicos. É, ainda, um momento de refletir sobre o quanto precisamos evoluir como sociedade para alcançar efetivamente a igualdade.
Para além de uma data comemorativa, o Dia da Mulher, que transcorrerá no próximo dia 8, é uma oportunidade de relembrar as muitas lutas travadas por nossas antepassadas para que pudéssemos exercer direitos civis básicos. É, ainda, um momento de refletir sobre o quanto precisamos evoluir como sociedade para alcançar efetivamente a igualdade.
Engana-se quem pensa que o machismo apenas atinge as mulheres, ele também é cruel com os homens e interfere diretamente no desenvolvimento da sociedade como um todo. A luta pela igualdade de gênero não pode ser vista como uma pauta exclusiva das mulheres. Todos perdemos com a desigualdade de gênero, e cada vez mais surgem pesquisas confirmando esse fato.
Um exemplo é o estudo do Banco Mundial que estima que, se houvesse igualdade salarial entre homens e mulheres, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial seria 26% maior. No Brasil, haveria um aumento equivalente a R$ 382 bilhões no PIB. No âmbito político, os estudos realizados pela ONU apontam que países que atingem índices superiores a 40% de presença feminina em cargos políticos, tendem a ver uma melhora substancial nas suas cidades. Nós não chegamos nem perto disso. Dados mostram que pouco mais de 10% das cadeiras do Congresso Nacional são ocupadas por mulheres.
Ainda que, por lei, pelo menos 30% das candidaturas em eleições legislativas no Brasil devem ser destinadas às mulheres, atualmente, há uma média de sete vereadores para cada vereadora nas Câmaras Municipais. Os brasileiros, em geral, votam menos em mulheres, independentemente de fatores como renda ou escolaridade do eleitor. Isso acontece, em grande parte, por culpa de uma cultura que, constantemente, questiona a capacidade feminina para exercer funções popularmente reconhecidas como sendo masculinas, o que é refletido nas eleições. A partir desses números, é possível dimensionar quão importante são as ações que promovem a igualdade. Além disso, ter mulheres nos postos de poder é ter a garantia de que nossos direitos serão respeitados e reivindicados.
Esse é um debate urgente e necessário, que diz respeito a todos nós. Então, neste dia 8 de março, que celebremos nossas conquistas, mas que possamos nos unir e mobilizar. Aos homens, que, além de nos presentearem com flores e chocolates, possam fazer o mais importante: reconhecer seus privilégios e buscar andar ao nosso lado na busca pela igualdade de gênero. Pois, vale lembrar, algumas de nós querem flores, mas todas queremos respeito!
Diretora do Departamento de Políticas para as Mulheres do Estado do Rio Grande do Sul
 
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