Num sábado à tarde, 27 de janeiro de 1945, em Oswiecim, Polônia, as tropas do Exército Vermelho chegavam ao maior e mais cruel campo de extermínio nazista: Auschwitz, expressão que se tornou o símbolo universal da perseguição sistemática e genocida ao povo judeu. Seis décadas depois, a Assembleia Geral das Nações Unidas, por meio da Resolução 60/7, declarou a data de 27 de janeiro o dia internacional da lembrança do holocausto. Assim, em 2020 rememoraram-se os 75 anos de sua libertação. Aproximadamente, 1,1 milhão de pessoas foram impiedosamente exterminadas, dentre as quais judeus – na sua grande maioria, também ciganos, deficientes físicos e adversários políticos, provindos em larga escala de países ocupados como Holanda, Bélgica, França, Hungria, Romênia e Polônia.
Foi o contra-ataque do exército soviético, após o malogro da operação Barbarossa, assim como a bem-sucedida atuação dos aliados no ataque pelo Ocidente, designada Operação Overlord, que levou à descoberta das atrocidades perpetradas no Terceiro Reich, um império que, no vaticínio de Hitler, iria perdurar mil anos, mas felizmente feneceu em doze. No auge do extermínio, em 1944, eram executadas 6 mil pessoas ao dia, gaseificadas através de um pesticida letal à base de cianureto: o Zyklon-B. A história de Auschwitz foi divulgada em termos historiográficos principalmente pelos sobreviventes. Pode-se citar como exemplo importante o químico e escritor italiano, Primo Levi, autor do livro “Se questo è un uomo”.
Auschwitz foi um capítulo nefando na história da humanidade, cuja hediondez só pode ser realmente aferida por aqueles que o experenciaram. No ano de 2002, a Unesco declarou Auschwitz como patrimônio da humanidade, cunhando-o como símbolo perene e indelével de uma barbárie que jamais pode se repetir.