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Opinião

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2020 às 03:00

Transporte público e seus vilões

O transporte público municipal está em crise. Recorrentemente são noticiados dados sobre queda de passageiros e alegadas dificuldades por parte dos operadores do sistema. Nesse cenário, a prefeitura tem apresentado tentativas de, segundo ela, salvar o modal.
O transporte público municipal está em crise. Recorrentemente são noticiados dados sobre queda de passageiros e alegadas dificuldades por parte dos operadores do sistema. Nesse cenário, a prefeitura tem apresentado tentativas de, segundo ela, salvar o modal.
Recentemente, veio a público que a prefeitura estuda a implementação de uma tarifa sobre viagens no transporte individual por aplicativos, cujo valor seria repassado para o financiamento do sistema de transporte coletivo.
É ilusão achar que meia dúzia de micro-ônibus ou motoristas de Uber vão, sozinhos, conseguir atender à demanda de Porto Alegre. Os sistemas de média ou alta capacidade (metrô, trem urbano, VLT e BRT) e os sistemas de baixa capacidade (táxi, transporte por aplicativos, bicicletas e patinetes) devem ser pensados juntos, como complementares, e não como concorrentes. Lotações não servem para atender a altas demandas, assim como BRT para atender às baixas.
Além disso, os defensores dessa medida esquecem de uma lição econômica básica: por se tratar de empresas em um mercado concorrencial, Uber, 99 e Cabify já operam com seu preço na menor margem possível, de modo que uma tarifa sobre a corrida - ou até mesmo sobre quilômetros rodados - vai ser repassada, integralmente, para os usuários.
Os aplicativos de transporte são a resposta de uma sociedade conectada e ágil. Por outro lado, o sistema de transporte coletivo segue engessado, preso por uma série de imposições burocráticas que mais atrapalham do que ajudam. Um imposto por viagens daqueles que utilizam transporte por aplicativos, além de trazer um ônus que será repassado diretamente para os usuários, somente remediará um problema que precisa ser encarado de forma estrutural e não paliativo.
Tratar o modal individual de passageiros como vilão, além de gerar mais custos aos cidadãos que precisam se deslocar, sinaliza a incapacidade dos gestores de enxergar o transporte público como um agregado de diversos modais que, em conjunto, formam o sistema de transporte.
Vereador (Novo) de Porto Alegre
 
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