Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 03 de Fevereiro de 2020 às 14:09

Cinemateca Capitólio em risco

Mirgon Kayser
Em 1995, a prefeitura adquiriu e restaurou o prédio do antigo Cinema Capitólio, construído na década de 20 e considerado Patrimônio Histórico do nosso município. Fez parte de uma série de investimentos para revitalizar a região central.
Em 1995, a prefeitura adquiriu e restaurou o prédio do antigo Cinema Capitólio, construído na década de 20 e considerado Patrimônio Histórico do nosso município. Fez parte de uma série de investimentos para revitalizar a região central.
Hoje Porto Alegre dispõe de um centro cultural cujo propósito é valorizar, preservar e fomentar a sétima arte e cuja programação compreende a exibição de filmes novos e antigos e exposições culturais, além de dispor de espaços como café, loja, biblioteca e dar abrigo a um grande acervo que guarda a memória audiovisual gaúcha e brasileira.
É um espaço único. Mesmo o cinema em si não pretende concorrência com as salas privadas espalhadas pela cidade. A sua natureza é resgatar a história do cinema e dar conta da diversidade que as salas privadas são incapazes de absorver em sua programação monocromática, inclusive oportunizando a exibição de inúmeros filmes premiados pela comunidade internacional que jamais chegariam à nossa cidade se não fossem espaços como o Capitólio.
É uma temeridade a pretensão do Prefeito Marchezan de dar ao Capitólio o mesmo destino dado ao Auditório Araújo Viana. Tanto um quanto outro foram espaços pensados para serem equipamentos públicos que servissem à cultura da nossa cidade. Espaços em que a comunidade artística tivesse lugar e vez e que a população pudesse usufruir como alternativa de cultura e entretenimento.
Desde que foi entregue à exploração privada, o Araújo Viana já não cumpre mais esse papel. Apesar de todo o investimento público que foi feito, hoje aquele é um espaço que segue a agenda monocromática de grandes shows a preços proporcionais – ou dito de outra forma, caros e inacessíveis para a maior parte da população. Tampouco é palco para bandas e artistas locais ou fora do eixo das grandes produtoras.
O futuro da Cinemateca Capitólio poderá ser semelhante se a sua gestão for entregue à iniciativa privada. Veremos blockbusters assumirem a vanguarda da programação, exposições seguirem a “curadoria” do privilégio aos artistas patrocinados, uma nova política de preços excluir o público popular e logo o Capitólio se transformar em mais do mesmo.
O investimento de milhões em recursos públicos para criar esse lugar nunca teve esse objetivo. Algumas funções não podem ser delegadas aos operadores privados, sob risco do interesse público virar poeira na estrada.
Secretário de Comunicação do PT de Porto Alegre
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO