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Opinião

- Publicada em 03 de Janeiro de 2020 às 03:00

Não era só fluxo de caixa

Sebastião Melo
Não é segredo para ninguém que a situação econômica do Rio Grande do Sul é uma das mais graves do País - e o então candidato Eduardo Leite (PSDB) sabia perfeitamente disso. Todavia, por uma estratégia de marketing eleitoral, decidiu criar uma narrativa para minimizar esses problemas, dizendo, por exemplo, que resolveria o atraso de salários em um ano por meio da gestão do fluxo de caixa. Ou, em suas próprias palavras, bastava "tirar o traseiro da cadeira". Ele, maioral, saberia como fazer. E eis que ganhou a eleição. 
Não é segredo para ninguém que a situação econômica do Rio Grande do Sul é uma das mais graves do País - e o então candidato Eduardo Leite (PSDB) sabia perfeitamente disso. Todavia, por uma estratégia de marketing eleitoral, decidiu criar uma narrativa para minimizar esses problemas, dizendo, por exemplo, que resolveria o atraso de salários em um ano por meio da gestão do fluxo de caixa. Ou, em suas próprias palavras, bastava "tirar o traseiro da cadeira". Ele, maioral, saberia como fazer. E eis que ganhou a eleição. 
O tempo desmontou a versão criada pelo atual governador. Se, durante a campanha, Leite prometeu colocar salários em dia no primeiro ano, criar uma política de desenvolvimento e não vender ações do Banrisul para usar na folha de pessoal, agora, no governo, descumpriu todas essas promessas. Mas, em vez de humildade, noto a criação de novas narrativas para desviar aquelas que já não deram certo, sempre terceirizando a culpa.
Leite também prometeu priorizar a educação e aumentar a qualidade do ensino, começando pelo salário dos educadores. Mas o que se vê é justamente o contrário. A reforma proposta pelo governador para carreiras de Estado onera em demasia aqueles que menos ganham e mantém privilégios de quem tem altos salários. Para piorar, ele aumentou o número de secretarias e diminuiu o ritmo de extinção das atividades-meio do Estado.
Se 2019 foi um ano de decepção com um governo que se elegeu propondo novas façanhas, mas mostrou práticas de uma velha política, 2020 poderá ser um ano melhor. Afinal, o Rio Grande tem jeito. Mas, para sair da crise e garantir o bem-estar das futuras gerações, é preciso uma reforma ampla, que não recaia apenas sobre professores, agentes de segurança e categorias mais desvalorizadas. É necessário cortar de quem está no topo da pirâmide - disposição que não identifico no atual governo.
Enfim, entrando janeiro com os salários ainda atrasados e vindo ao chão a grande promessa que fez Eduardo Leite ganhar a eleição, fica claro que não era apenas uma questão de fluxo de caixa. Sou parceiro das boas causas, mas a política precisa atender pelo princípio da verdade e do respeito à inteligência do povo gaúcho.
Deputado estadual (MDB) 
 
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