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Opinião

- Publicada em 18 de Dezembro de 2019 às 03:00

PISA novo, problemas velhos sem soluções

O PISA 2018 foi aplicado pela OCDE a 79 países e regiões do mundo, incluindo o Brasil. Sendo aplicado a cada três anos, avaliou a aprendizagem em três eixos: leitura, matemática e ciências, através de questões abertas e de múltipla escolha.
O PISA 2018 foi aplicado pela OCDE a 79 países e regiões do mundo, incluindo o Brasil. Sendo aplicado a cada três anos, avaliou a aprendizagem em três eixos: leitura, matemática e ciências, através de questões abertas e de múltipla escolha.
Por aqui, sem surpresas: com leve crescimento, no Brasil, 68% dos estudantes de 15 anos não sabem o básico de matemática, 55,3% apresentam baixo desempenho em ciências, e ainda 50,1% têm um baixo desempenho em leitura.
Os três índices são básicos, sendo o ponto de partida para a formação de um cidadão em qualquer país do mundo.
No eixo leitura, que é o componente mais básico de formação de uma criança, temos 373 pontos entre os brasileiros mais pobres e 470 pontos entre os mais ricos.
Tristemente, mesmo os nossos estudantes mais ricos, ficam atrás dos mais pobres de diversos países ou regiões, como Hong Kong e Estônia, com 497 pontos.
Para jogar luz aos números, se calcularmos a média de investimento acumulado por aluno dos 6 aos 15 anos dos primeiros 5 colocados que foram divulgados (Macau, Coreia do Sul, Finlândia, Singapura e Taipei), chegaremos a US$ 116.438. No Brasil, o investimento é de US$ 37.954 no mesmo período.
Um ponto trazido como sucesso dos países com melhor desempenho tem sido a qualificação docente, produzida pela valorização da carreira em termos financeiros e sociais.
A valorização financeira oferece salários competitivos, que além de atrair profissionais mais qualificados, oportuniza formação continuada e menos carga de trabalho e mais qualidade de vida.
A valorização social é cultural, mas está fortemente baseada na confiança que os cidadãos têm no sistema de ensino e no papel do professor como protagonista nesse sistema.
Analisando esses e vários outros pontos do PISA, sinto-me assistindo uma reprise de um filme mal produzido, que gastou mal seu orçamento, foi planejado às pressas e saiu como deu.
Mais preocupante é o ministro da Educação vir às redes para colocar a culpa na gestão passada, sem apresentar uma proposta concreta de longo prazo para nosso país.
PISA novo, problemas velhos e soluções distantes.
Professor e líder do InovaEdu IMED/Laboratório de Ciência e Inovação para a Educação
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