Números apontam para redução de empregos no Rio Grande do Sul com a queda da produção fabril. Um dos limitadores do crescimento no Sul reside na falta de infraestrutura adequada unindo a produção e os mercados de consumo, normalmente distantes do Estado, no País e exterior. As hidrovias têm sido proclamadas como alternativas para escoamento das safras e bens industriais, tornando os produtos gaúchos mais competitivos. E uma ótima parceira do Estado são as prefeituras, atuando junto aos processos de produção.
Tese defendida pelo presidente da Hidrovias RS, Wilen Manteli, que tem apontado o descaso com esse ativo econômico, fonte de muitos estudos e projetos e poucas realizações, na prática.
A ligação Ibicuí-Jacuí, unindo o rio Uruguai ao Oceano Atlântico, através de eclusas, é sonho centenário que não sai do papel. Os portos de Porto Alegre e Rio Grande, caminhos alternativos para minimizar efeitos do escoamento da safra agrícola na Estrada da Produção são questionamentos em pauta.
Enquanto isso, os chineses utilizam seus rios e lagoas como vias de transportes, gerando, ao mesmo tempo, economias ribeirinhas de porte familiar com forte impacto social.
Com a abertura chinesa de Deng Xiaoping, em 1979, o modal de transportes implantado no porto de Xangai, cidade hoje com 23 milhões de habitantes, transformou a superestrutura urbana em fonte de desenvolvimento industrial, comercial e financeiro. E Hong Kong, com o modal aquaviário, aéreo, ferro e rodoviário, integrando o Sul da China, estabelece paradigma que o Rio Grande do Sul deveria seguir.
Nove dos 20 maiores portos mundiais estão localizados na China, sendo esse país referência em sistemas portuários. Os chineses são responsáveis por 90% das mercadorias comercializadas entre países, o que lhes empresta grande autoridade no assunto E há investidores asiáticos dispostos a detectar oportunidades no Sul do Brasil. É preciso buscar alternativas que resultem em mais produção e emprego para uma economia que não pode ficar apenas lamentando números negativos.
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