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Opinião

- Publicada em 18 de Novembro de 2019 às 03:00

Não existe almoço grátis

Um dos grandes desafios nossos, hoje, é sair de algum estabelecimento comercial levando apenas o que realmente precisamos. Mentimos para nós mesmos que um dia aquilo que compramos terá alguma utilidade e, assim, vamos acumulando coisas inúteis.
Um dos grandes desafios nossos, hoje, é sair de algum estabelecimento comercial levando apenas o que realmente precisamos. Mentimos para nós mesmos que um dia aquilo que compramos terá alguma utilidade e, assim, vamos acumulando coisas inúteis.
A culpa não é nossa, ou, ao menos, em parte não. Pecamos ao deixar nos manipular pelo sistema capitalista e o padrão de vida que nos é apresentado.
Somos levados pela tendência do "agora", afinal da vida nada se leva, não é? Então, encontra-se a felicidade no possuir, e o conceito de aproveitar paira-se no acumular.
Mas não é somente a ideologia do aqui e agora que alimenta os bolsos dos empresários, algumas opções que nos são apresentadas, contribuem conjuntamente.
Nós sabemos que "não existe almoço grátis", e aquela camuflada promoção pague dois e leve três, na verdade, é: leve três e pague três ou até mesmo, pague quatro.
Aumenta-se o preço algumas semanas antes, para valorizar, e, depois, com uma placa "deu a louca no gerente", surge essa promoção. Para facilitar na hora pagamento, um queridinho que tomou conta nas relações de consumo é o cartão de crédito. Sem demonizá-lo, pois é de muita utilidade, porém, sutilmente, ele nos leva a gastar até 18% a mais do que ao usar dinheiro material, esse índice foi divulgado pelo especialista em finanças Dave Ramsey, que perfeitamente ilustra o motivo de como se dá tamanho aumento no consumo quando pagamos com o cartão: "Quando você paga em dinheiro, sente que ele está te deixando. Com o cartão de crédito, não". Desconheço melhor explicação.
O mal do consumismo não é de hoje que vem aumentando consideravelmente a taxa de endividamento em nosso País.
Dados fornecidos pelo Serasa Experian apontam que o Brasil tem, hoje, uma população de endividados do tamanho da Itália: são 63,4 milhões com dívidas pendentes, além de 5,3 milhões de empresas com CNPJ negativado.
O consumo é necessário, já o consumismo um transtorno.
Para aqueles que consomem desfreadamente, notável é que lhes falta consciência do necessário e, por vezes, do que realmente gostam, não é incomum ouvir: "comprei e não gostei".
Infelizmente, essas pessoas já não detêm mais o poder de escolha, o que significa dizer que alguém já pensou por elas antes e tomou a decisão de vender o produto.
Acadêmica de Direito, Universidade de Passo Fundo
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