Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecidos pela sigla Brics, promoveram a 11ª Cúpula da organização, em Brasília. As cinco nações representam cerca de 42% da população, 23% do PIB, 30% do território e 18% do comércio mundial. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, defendeu, com razão, a realização de debates sobre terrorismo, tráfico de drogas e crime organizado, assuntos que, segundo ele, contribuem para desacelerar a economia. O primeiro-ministro indiano disse que a economia perdeu US$ 1 trilhão e desacelerou por causa desses crimes.
Acordos e algumas promessas na cúpula de Brasília, mas é preciso reduzir custos de exportação e transação bancária. Também restou que o comércio do Brasil com a China precisa sair da venda, tão somente, de produtos primários. Em compensação, a China nos vende muito mais produtos semiacabados ou mesmo industrializados, ainda que com superávit comercial em nosso favor. Também um acordo de livre comércio Brasil-China esteve na pauta. Xi Jinping, presidente chinês, preocupou-se com o protecionismo econômico global, que está aumentando.
Os países do agrupamento buscaram estabelecer governança internacional mais condigna com seus interesses locais, por meio, por exemplo, da reforma de cotas do Fundo Monetário Internacional, que passou a incluir, pela primeira vez, Brasil, Rússia, Índia e China entre os maiores cotistas.
Na sua primeira década, o Brics desenvolveu cooperação setorial em áreas como ciência e tecnologia, promoção comercial, energia, saúde, educação, inovação e combate a crimes transnacionais. Essa cooperação setorial abrange mais de 30 áreas, trazendo benefícios concretos para as populações dos Brics.
Em 2014, no Brasil também, foram criadas as instituições de Fortaleza: o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que terá sede regional em São Paulo em 2020, e o Arranjo Contingente de Reservas (ACR). Até o momento, o NDB já aprovou mais de US$ 8 bilhões em projetos de infraestrutura e de energia renovável nos países do Brics. O ACR, igualmente, encontra-se operacional. É um mecanismo de estabilidade financeira dos países em caso de desequilíbrio em seus balanços de pagamentos.
O Brics organiza, por meio de sua presidência rotativa, 100 reuniões anuais, entre as quais cerca de 15 ministeriais e dezenas de encontros de altos funcionários. O fundamental é que os países do bloco avancem em acordos setoriais e libertem as amarras do livre comércio. Será bom para todos, com mais empregos.