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Opinião

- Publicada em 29 de Outubro de 2019 às 03:00

Óleo no mar

Montserrat Martins
Nos nossos 8 mil quilômetros de costa marítima, o Brasil tem um mar territorial (as 200 milhas a partir da costa) tão vasto e rico em biodiversidade que é chamado de "Amazônia Azul" pela Marinha. Se bem exploradas, suas riquezas são incalculáveis, mas, hoje, enfrenta problemas, como a sobrepesca e o subaparelhamento da Marinha. As manchas de óleo que invadem, agora, nosso litoral, do Maranhão até a Bahia, expõe a fragilidade do controle sobre nosso mar. Confesso que desconfiei das explicações oficiais, de que o petróleo provinha de alguma embarcação, cheguei a fazer um post no Facebook levantando dúvidas: não é muito óleo para um navio só? Não poderia haver algum vazamento em plataforma marítima? O que estão nos escondendo?
Nos nossos 8 mil quilômetros de costa marítima, o Brasil tem um mar territorial (as 200 milhas a partir da costa) tão vasto e rico em biodiversidade que é chamado de "Amazônia Azul" pela Marinha. Se bem exploradas, suas riquezas são incalculáveis, mas, hoje, enfrenta problemas, como a sobrepesca e o subaparelhamento da Marinha. As manchas de óleo que invadem, agora, nosso litoral, do Maranhão até a Bahia, expõe a fragilidade do controle sobre nosso mar. Confesso que desconfiei das explicações oficiais, de que o petróleo provinha de alguma embarcação, cheguei a fazer um post no Facebook levantando dúvidas: não é muito óleo para um navio só? Não poderia haver algum vazamento em plataforma marítima? O que estão nos escondendo?
Falando com um engenheiro da Petrobras, vim a saber que um navio pode transportar mais de 100 mil toneladas de petróleo, enquanto a parte de óleo retirada das praias nordestinas até agora foi em torno de 500 toneladas. Garante o engenheiro que a possibilidade de vazamento de alguma plataforma marítima é zero e confirma que a composição desse óleo é mesmo a do produzido na Venezuela. Eu desconfiaria da explicação se viesse de um adepto fervoroso do governo, mas não é o caso.
A hipótese dos especialistas é que tenha ocorrido derramamento numa operação de transferência de um navio para outro ("ship to ship"), que é proibida de ser feita em alto-mar, porque, sendo análoga a transferir gasolina de um carro para outro usando uma mangueira, tem risco de vazamento. Mas como explicar que a origem exata, o navio e o ponto de derramamento de óleo não foram identificados até hoje? Segundo o engenheiro, o óleo não fica na superfície, mas sim na correnteza abaixo dela, o que dificulta o reconhecimento das manchas em alto-mar.
Por fim, perguntei se o governo brasileiro poderia ter pedido ajuda a outros países, na identificação da origem desse óleo, se uma catástrofe ambiental dessa magnitude não mereceria um esforço maior para identificar e conter os danos. Não tive mais respostas, o engenheiro respondera as informações técnicas, não responderia as questões políticas. A pergunta que não quer calar é que, com os graves problemas das mineradoras, da Amazônia e, agora, do óleo, o que falta para que os problemas ambientais sejam reconhecidos como uma das prioridades nacionais? A ONU criou o conceito de "desenvolvimento sustentável" porque o futuro da economia depende de riquezas naturais - água e biodiversidade inclusive.
Médico
 
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