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Opinião

- Publicada em 16 de Outubro de 2019 às 14:17

Outubro Rosa fase 2

Poucas situações retratam tão nitidamente a diferença social quanto o câncer de mama. Todos sabemos que o diagnóstico precoce salva vidas, e, em outubro, a cor rosa nos lembra da importância do rastreamento do câncer de mama para todas as mulheres. Uma em cada oito mulheres desenvolverá câncer de mama durante a vida, e o autoexame, seguido do exame clínico e da mamografia, comprovadamente reduzem índices de mortalidade. Estudos mostram que ocorrem 30 a 40% menos mortes por câncer de mama nas mulheres que fazem mamografia do que naquelas que não realizam o exame.
Poucas situações retratam tão nitidamente a diferença social quanto o câncer de mama. Todos sabemos que o diagnóstico precoce salva vidas, e, em outubro, a cor rosa nos lembra da importância do rastreamento do câncer de mama para todas as mulheres. Uma em cada oito mulheres desenvolverá câncer de mama durante a vida, e o autoexame, seguido do exame clínico e da mamografia, comprovadamente reduzem índices de mortalidade. Estudos mostram que ocorrem 30 a 40% menos mortes por câncer de mama nas mulheres que fazem mamografia do que naquelas que não realizam o exame.
É aí que a desigualdade se impõe. Cerca de 75% das mulheres brasileiras têm o Sistema Único de Saúde como a única opção, e o acesso à mamografia é uma verdadeira saga, comprometendo o diagnóstico precoce – do qual, aliás, as mulheres já sabem da importância e ficam ainda mais angustiadas pela demora em obtê-lo.
Temos, é verdade, leis que, na teoria, garantem o acesso ao exame, ao tratamento e cirurgia, nos casos que pedem um procedimento reparador. Porém a teoria nem sempre é acompanhada pela prática.
A espera para conseguir uma consulta, e nova espera para conseguir o exame faz com que o índice de realização de mamografias pelo sistema público de saúde seja o menor dos últimos seis anos, em mulheres dos 50 aos 69 anos, segundo o último estudo conjunto da Sociedade Brasileira de Mastologia e Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia. Foram realizadas apenas 2,7 milhões, das quase 12 milhões estimadas para todo o país. É uma abrangência de 24,1%, bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Aliás, levantamento da OMS mostra que cerca de 60% dos casos já chegam em estágio avançado nas unidades de saúde.
Devemos, com certeza, celebrar os avanços de conscientização motivados pelo Outubro Rosa. Mas é hora de dar mais um passo, em direção ao Outubro Rosa fase 2, mobilizando a sociedade pela urgência real e efetiva da mamografia e do tratamento como ações concretas pela saúde e pela vida.
Médica radiologista, especialista em mamas e saúde da mulher
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