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Opinião

- Publicada em 14 de Outubro de 2019 às 15:34

Continuamos sendo escravos?

Por causa de uma situação que aconteceu no último domingo, fiquei pensando sobre a nossa condição de trabalhador no mundo de hoje e me surgiu uma pergunta: a escravidão realmente terminou? Claro, em 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea, supostamente acabou a escravidão de negros no Brasil, mas não é disso que estou falando. Será que um professor ou um trabalhador em geral é livre para fazer o que quiser?
Por causa de uma situação que aconteceu no último domingo, fiquei pensando sobre a nossa condição de trabalhador no mundo de hoje e me surgiu uma pergunta: a escravidão realmente terminou? Claro, em 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea, supostamente acabou a escravidão de negros no Brasil, mas não é disso que estou falando. Será que um professor ou um trabalhador em geral é livre para fazer o que quiser?
Poderíamos improvisar um conceito do que é a escravidão. Talvez seja forçar uma pessoa a trabalhar e em troca apenas lhe retribuir com alimento e moradia, embora em péssimas condições e, claro, sem liberdade para fazer coisa nenhuma. Um trabalhador comum, aquele que não sabe fazer muita coisa, não teve acesso a uma formação educacional, não vive numa situação parecida? Trabalha o dia todo apenas para suprir com suas necessidades de alimento e moradia, também em péssimas condições? Mas o trabalhador pode ir e vir e fazer o que desejava, alertariam alguns. Será? Ele pode ir aonde quiser sem dinheiro? Ele pode chegar atrasado na empresa e não trabalhar se não estiver com vontade sem correr o risco de ser demitido e, nessa situação, não ter condições nem de arcar com as suas despesas de alimentação e moradia?
A situação que me fez pensar dessa forma aconteceu numa cidade do Interior. Uma escola privada e rica obrigou o seu grupo de professores (eu não sou funcionário) a trabalharem das 10h às 17h num domingo, de graça, arrumando mesas e cadeiras, servindo almoço como garçons, fazendo comida, churrasco e depois limpando, varrendo, arrumando tudo e ainda tendo que pagar para comer um churrasco frio e servido no final da refeição. Eu compreenderia se a atividade fosse em prol de uma escola pública, já trabalhei de graça nessas situações voluntariamente e feliz por estar ajudando. Mas numa escola rica?! Exploração não é uma das vertentes da escravidão?
Isso também me levou a pensar na situação dos professores do Estado. Às vezes dão aula de manhã, tarde e noite, preparam seus materiais nos fins de semana, quando também corrigem provas e trabalhos. Ainda têm de aguentar alunos que não querem estudar e gritam até para rir. Apesar do esforço, o governo lhes paga com atraso agora de 15 dias. Isso também não é uma forma de exploração? E exploração não é uma espécie de escravismo? Como vi num filme anos atrás, parece que a liberdade só existe na mente das pessoas.
Professor
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