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Opinião

- Publicada em 16 de Setembro de 2019 às 03:00

O fim da preguiça financeira

Quem tem um mínimo contato com gestão de recursos próprios já ouviu falar que o brasileiro "está acostumado com o 1% ao mês da renda fixa". Também somos reconhecidos mundialmente como o País dos rentistas e dos juros altos. O que até hoje não ouço falarem com a ênfase que acredito ser necessária é sobre os custos de transação para fazer tais investimentos. Em um País em que se tinha certa "garantia" para se obter retornos acima de 12% ao ano, poucos se atentavam aos detalhes.
Quem tem um mínimo contato com gestão de recursos próprios já ouviu falar que o brasileiro "está acostumado com o 1% ao mês da renda fixa". Também somos reconhecidos mundialmente como o País dos rentistas e dos juros altos. O que até hoje não ouço falarem com a ênfase que acredito ser necessária é sobre os custos de transação para fazer tais investimentos. Em um País em que se tinha certa "garantia" para se obter retornos acima de 12% ao ano, poucos se atentavam aos detalhes.
Afinal, mesmo com uma inflação razoavelmente alta, um Imposto de Renda (IR) nada generoso com o investidor e com as taxas cobradas pelos bancos, o "rentista" não tinha muito do que reclamar: o ganho real dos poupadores brasileiros era muito alto. O fim destes tempos chegou.
Com juros da economia brasileira rondando os 6%, inflação perto de 3% e IR de 15% sob todo o montante, o ganho real disponível a um investidor de baixo risco fica em 2% a 3% ao ano.
Se considerarmos as taxas cobradas para fazer estes investimentos, o retorno é menor ainda. Nestes novos tempos, duas coisas dominarão os investimentos: a necessidade de aumentar a ousadia, procurando ativos com uma relação de retorno melhor e taxas e estruturas de investimento mais baratas e mais flexíveis. Aqui está a explicação da explosão de empresas gestoras chamadas independentes de bancos. A ousadia merece um artigo inteiro dedicado a explicar as três famílias de opções ao investidor: a primeira, e favorita do brasileiro, é o investimento de ganho fixo (aqueles mais previsíveis, cujo ganho majoritariamente é oriundo dos juros pagos). Depois, as commodities, que não se multiplicam durante a sua vida e cuja única forma de se obter lucro é encontrando alguém disposto a pagar mais do que você pelo ativo. E, por fim, os cada vez mais populares investimentos produtivos (como imóveis e empresas, que geram um fluxo de caixa durante a sua existência e, se bem administrados, ainda se valorizam durante o tempo). Os maiores retornos, historicamente, vêm da terceira família de investimentos, especialmente pela capacidade de multiplicação que ativos produtivos têm ao longo dos anos.
Concluo alertando que, em tempos de retornos reais em renda fixa na casa de 2% a 3%, brigar por 0,5% em taxa de administração em um fundo de investimento significa, em 10 anos, ter 30% mais de recursos ganhos! O poder dos juros compostos, como diria Warren Buffett, é realmente uma das maravilhas do mundo.
Empresário
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