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Opinião

- Publicada em 26 de Agosto de 2019 às 03:00

Fora da bolha, somos mais criativos

Se, nas primeiras linhas deste texto, eu me posicionar sobre política, futebol, religião ou algum tema polêmico, muito provavelmente, você não prosseguirá a leitura, pois quem garante que pensamos de forma similar? Ao interagirmos apenas com o amigável e fugirmos das visões diferentes, estamos reforçando nossa bolha. Nela, tudo é conhecido e nossas verdades são confirmadas, não há contraditório, é um lugar gostoso, agradável e quentinho.
Se, nas primeiras linhas deste texto, eu me posicionar sobre política, futebol, religião ou algum tema polêmico, muito provavelmente, você não prosseguirá a leitura, pois quem garante que pensamos de forma similar? Ao interagirmos apenas com o amigável e fugirmos das visões diferentes, estamos reforçando nossa bolha. Nela, tudo é conhecido e nossas verdades são confirmadas, não há contraditório, é um lugar gostoso, agradável e quentinho.
Já a criatividade tem como catalisador o pensamento divergente, que é a capacidade que temos de imaginar, criar, viajar, sonhar, enxergar algo que, na verdade, não existe, mas na nossa mente é real. Essa forma de pensar é estimulada pelas nossas conexões com a diversidade. Ao conhecermos lugares, pessoas, cenários, livros, filmes, opiniões, ideologias e até clubes de futebol diferentes, nossa capacidade de imaginar se expande. Ocorre que, dentro da bolha, não temos acesso ao diferente, como já falamos: lá é tudo conhecido. Se sairmos da bolha, estaremos expostos à diversidade do mundo e, para sobrevivermos nesse cenário, precisaremos exercer nossa empatia. Teremos que tentar valorizar as visões diferentes, o que não é fácil. Na verdade, bom mesmo é ficar dentro da bolha!
A questão é que o mundo está cada vez mais dinâmico e competitivo. Vivemos o tempo VUCA, uma realidade volátil, incerta, complexa e ambígua. Nesse ambiente, os profissionais com visão estreita, com certezas absolutas e donos da verdade dificilmente terão espaço, e sua empregabilidade será afetada. O exercício de sair da bolha e sermos mais criativos nos torna aptos para a sobrevivência no mundo aparentemente complicado que se desenha no horizonte. Porém a história da humanidade mostra que somos exímios em adaptação, sabemos vencer adversidades, inventar artefatos e inovar. Se não fosse assim, pouco provável que macacos coletores, que éramos, estariam, agora, discutindo Big Data, Internet das Coisas e Inteligência Artificial.
Ao explodirmos nossa bolha, veremos que, fora dela, há um caleidoscópio, um mundo incrivelmente diverso. Talvez, no primeiro momento, vamos sentir medo, mas logo teremos tantos incentivos a novas ideias que passaremos a achar que estamos mais criativos. E isso será verdade, pois a criatividade está fora da bolha!
Doutor em Administração
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