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Opinião

- Publicada em 21 de Agosto de 2019 às 03:00

Desafios atuais do ensino jurídico

Diante da recente passagem do Dia do Advogado, é importante refletir, mesmo que brevemente, sobre a realidade do ensino jurídico. Nunca foi fácil ser professor de Direito.
Diante da recente passagem do Dia do Advogado, é importante refletir, mesmo que brevemente, sobre a realidade do ensino jurídico. Nunca foi fácil ser professor de Direito.
A necessidade de atualização constante, a preparação para o debate com os alunos e a didática sempre foram desafios para o docente em geral e, em particular, para os que ensinam na área jurídica.
Ultimamente, no entanto, essa dificuldade é maior, isso, em grande parte, por conta do avanço das novas tecnologias.
A pesquisa de temas jurídicos foi enormemente facilitada pela tecnologia. A internet permite que qualquer assunto seja consultado em questão de segundos.
Temas complexos, que tradicionalmente exigiam horas de pesquisa em bibliotecas, parecem ser resolvidos com apenas um clic.
Todavia, ao professor de Direito, cabe orientar os estudantes para que não se limitem a um estudo superficial e, por vezes, inconfiável, para resolverem problemas jurídicos importantes. É preciso debruçar-se em fontes confiáveis e priorizar as obras de juristas de renome.
As redes sociais também devem ser usadas com cuidado. Tais ferramentas trouxeram indiscutíveis facilidades para a circulação de informações entre as pessoas, mas, nitidamente, vários efeitos colaterais negativos. Talvez a expressão mais lida hoje na imprensa e nas redes seja "fake news".
Mentir em um ambiente público, em que a mentira pode ficar "cristalizada" e "viralizada", é um problema moderno. E sério. Como transmitir tranquilidade aos estudantes sobre qual o limite legítimo para o exercício da liberdade de "postar"?
No âmbito do processo judicial, recentemente, participei como diretor-geral da Escola Superior de Direito Municipal, instituição de ensino com 23 anos de existência, de um evento em que foram abordados os seguintes temas: a jurimetria e a inteligência artificial. Jurimetria significa utilizar a estatística com o objetivo de tentar prever o comportamento do Judiciário diante de determinado pedido. E a inteligência artificial seria capaz de julgar determinadas causas em substituição aos juízes humanos.
Esses temas devem ser abordados no ensino jurídico para que um olhar crítico sobre essas propostas seja realizado. Enfim, diante de novos tempos, que nós, professores de Direito, tenhamos a capacidade de dar as respostas que os estudantes precisam para enfrentar o novo mundo profissional que os aguarda.
Doutor em Direito pela Ufrgs diretor-geral da ESDM
 
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