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Opinião

- Publicada em 19 de Agosto de 2019 às 03:00

A doutrinação da pluralidade

A doutrinação ideológica tomou conta do Colégio Marista Rosário. Espere: não estou falando daquela apontada em recente protesto de defensores do movimento Escola sem Partido em frente à instituição. Refiro-me à doutrinação que a escola faz ao ousar debater os movimentos históricos, falar de problemas sociais e mostrar um mundo composto por pessoas livres e com capacidade de receber informações de diferentes matizes religiosas, políticas e econômicas. Estou falando sobre a doutrinação de uma escola que não tem partido, nem ideologia, mas apenas o compromisso com uma educação plena, plural e contemporânea.
A doutrinação ideológica tomou conta do Colégio Marista Rosário. Espere: não estou falando daquela apontada em recente protesto de defensores do movimento Escola sem Partido em frente à instituição. Refiro-me à doutrinação que a escola faz ao ousar debater os movimentos históricos, falar de problemas sociais e mostrar um mundo composto por pessoas livres e com capacidade de receber informações de diferentes matizes religiosas, políticas e econômicas. Estou falando sobre a doutrinação de uma escola que não tem partido, nem ideologia, mas apenas o compromisso com uma educação plena, plural e contemporânea.
Sou ex-aluno do Colégio Rosário e meus dois filhos estudam na escola. E o que presencio no cotidiano da comunidade escolar é uma pluralidade ampla, com pais e alunos de diversas classes sociais, religiões, profissões e escolhas políticas. E confesso: tenho orgulho do ambiente democrático ofertado pela instituição.
No grupo que convivo tem professores, profissionais liberais, empresários, servidores públicos. Tem gente da direita, da esquerda e do centro. Mas tem, acima de tudo, gente que admira as diferenças e cultua a tolerância e o respeito. E talvez, por isso, tais pessoas, com base no hino da escola, tenham feito do Marista Rosário "o Colégio de nossa eleição".
A instituição tem suas falhas e problemas, como qualquer outra. Mas, entre eles, certamente, não está a existência de qualquer doutrinação. A não ser que se entenda por doutrinação a defesa da existência de ideias, pensamentos e visões de mundo diversas.
Lá se ensina sobre Rousseau, Locke, Hobbes, Montesquieu, Platão, Aristóteles, Marx e outros pensadores de diversas vertentes. Lá se valoriza o empreendedorismo, o meio ambiente, as ciências exatas e humanas, bem como o espírito de liderança e de equipe. E tudo com respeito à diversidade de opinião, em franca demonstração de que as diferenças e a pluralidade são fundamentais ao desenvolvimento social, econômico e civilizatório.
A escola não dá espaço para o pensamento único - valorizando sempre a liberdade do aluno para analisar criticamente todas as vertentes existentes, cotejá-las com o que aprendeu em casa e, com isso, construir sua própria identidade. E isso não se chama doutrinação, mas respeito à autonomia de cada um. Contudo, se agora o pensamento plural virou doutrinação ideológica, então que todos nós, que primamos pela liberdade e autonomia do indivíduo, tornemo-nos doutrinadores da pluralidade!
Procurador do Estado e ex-aluno do Colégio Rosário
 
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