Já estamos na primeira semana de agosto, mas o segundo semestre legislativo propriamente dito começa agora. São vários os desafios a serem vencidos pelos parlamentares, tanto em nível federal quanto estadual e municipal. Mas, sem sombra de dúvidas, a principal agenda legislativa do ano segue sendo a reforma da Previdência.
A proposta de emenda à Constituição passou em primeiro turno na Câmara dos Deputados. Agora, voltará a ser debatida e votada na casa, para, depois, passar, também em dois turnos no Senado Federal.
De fato, a principal notícia até aqui, neste 2019, foi o avanço na tramitação da reforma, que deve trazer economia aos cofres públicos nos próximos anos e impulsionar a economia, especialmente pela confiança que a medida deve despertar nos empresários e no mercado de uma maneira geral.
No balanço do ano, também cabe observar que a inflação segue sob controle, abaixo até da meta estabelecida. Influenciado por esse trunfo, o Banco Central decidiu baixar a taxa básica de juros pela primeira vez em 16 meses, reduzindo a Selic de 6,5% para 6% ao ano. Essa foi, sem dúvidas, outra boa notícia.
Só não foi tão comemorada porque se dá influenciada pelo baixo crescimento econômico. A expectativa inicial era que o País decolasse neste ano, mas a expansão da atividade econômica segue patinando. Tanto que o mercado, que chegou a falar em um crescimento do PIB de 2,5% em 2019, e agora projeta 0,8%.
A retomada da economia é decisiva para reduzir o alto nível de desemprego, talvez o maior problema do País atualmente. O índice de desemprego cedeu um pouco, o que não deve ser desprezado, foi a 12% no segundo trimestre deste ano. Mas isso significa que ainda temos 12,8 milhões de brasileiros a procura de um trabalho.
Nesse cenário nada alentador, é possível verificar que pequenos avanços na economia mostram que o ano, embora não seja de grande crescimento, pode servir para preparar uma retomada em 2020. Para isso, além de reformas e medidas de desburocratização, é fundamental reconquistar um ativo decisivo para qualquer economia: a confiança.
Cenários menos turbulentos favorecem a estabilidade, permitindo que floresça a crença necessária de que o País voltará a crescer e que os investimentos terão retorno. Nesse contexto, entra a política.
É aí que cabe um reposicionamento na postura do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ao invés de abrir flancos desgastantes em polêmicas desnecessárias, alimentar brigas ideológicas e até mesmo fazer ataques a lideranças, deveria focar no que interessa ao País: a retomada do crescimento econômico.