A arrecadação federal das receitas (impostos e contribuições) registrou uma alta real de 1,92% em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, e somou R$ 113,278 bilhões. Os dados foram apresentados pela Receita Federal e o valor representa o melhor resultado para o mês de maio desde 2014, quando chegamos à marca de R$ 116,237 bilhões. No acumulado do ano, o valor creditado foi de R$ 637,649 bilhões, aumento de 1,28% contra mesmo período do ano passado.
Referente ao trabalho de fiscalização da Receita Federal na recuperação de créditos tributários, o órgão superou as expectativas em 2018 com R$ 186 milhões, mais de 25% além do esperado. Esses valores são decorrentes de sonegação fiscal por parte de pessoas físicas e jurídicas e representam pouco mais de 8 mil fiscalizações realizadas no ano passado.
De acordo com o Fisco, o avanço, entre outros fatores, se deu pelo crescimento real do Imposto de Renda na fonte sobre os Rendimentos de Capital e do imposto sobre importação e IPI vinculado à importação; elevação do IRPF e CSLL em maio, que somou R$ 12, 834 bilhões, alta de 5,77%.
O crescimento da CSLL expressa uma melhora, mesmo que pequena, no desempenho financeiro das empresas. O incremento na arrecadação da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido é uma amostra que a perspectiva da iniciativa privada é positiva para este ano, mesmo que o cenário econômico ainda indique sinais de recessão. Mas se o sintoma é preocupante, outros dados mostram que o paciente pode apresentar melhoras.
O mês de junho terminou com uma boa notícia para o Varejo. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice que mede a confiança do setor subiu 1,8 ponto, chegando a marca de 93,2 na pontuação geral. Esse é o primeiro resultado positivo neste ano e o motivo principal para o avanço do indicador é o otimismo dos empresários do setor.
A FGV também divulgou o índice de confiança do consumidor no mês passado, que teve uma progressão de 1,9, interrompendo uma sequência de quatro quedas no ano. Apesar do aumento, para a Fundação, o indicador se mantém bem abaixo da série histórica.
Todos esses resultados, da alta da arrecadação, passando pelo otimismo dos empresários, até a confiança do consumidor, mostram que há sim, sinais de melhorias. Todavia, não são suficientes para assegurar, ainda, uma recuperação expressiva da economia brasileira.
Gerente tributário da Synchro