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Opinião

- Publicada em 15 de Julho de 2019 às 03:00

Analfabetismo perverso

Qualquer brasileiro que projeta o futuro precisa estar informado sobre retratos do presente. A formação e a qualidade da educação dos jovens gravitam em patamares alarmantes. Não menciono apenas a educação formal e protocolar, mas o analfabetismo funcional. A discussão sobre uma geração de incapacitados tecnologicamente é atual.
Qualquer brasileiro que projeta o futuro precisa estar informado sobre retratos do presente. A formação e a qualidade da educação dos jovens gravitam em patamares alarmantes. Não menciono apenas a educação formal e protocolar, mas o analfabetismo funcional. A discussão sobre uma geração de incapacitados tecnologicamente é atual.
O distanciamento de milhões de brasileiros da evolução 4.0 e da capacidade de compreensão das mudanças, fundamental para criar um salutar ambiente de desenvolvimento pessoal e profissional, cria uma legião de cidadãos despreparados. Um sistema educacional sucateado também é um freio para a formação de cientistas, inovações e desenvolvimento científico-tecnológico. No Brasil, são mais de 2,5 milhões de crianças e jovens fora da sala de aula. E, dos que frequentam as escolas, muitos precisam se deparar com problemas básicos, desde professores desvalorizados e desanimados, até estruturas sucateadas.
Então, se apresenta outra realidade assustadora: o analfabetismo funcional. Três em cada dez brasileiros, na faixa de 15 a 64 anos, apresentam limitações para ler, escrever e aplicar a matemática em atividades cotidianas.
Nesse universo, temos o ingresso da tecnologia. Seja na cidade ou no campo, estamos envolvidos por aplicativos, aparelhos e recursos de última geração. Milhões de pessoas não sabem operar um caixa eletrônico, acessar um site, colocar uma senha num aparelho celular ou comprar um ingresso de cinema usando um aplicativo.
Estamos falando de pessoas facilmente manipuláveis, que estarão dependentes de outros para ingressarem no mercado de trabalho. Sem cursos de qualificação, sem a tecnologia presente nas escolas, esse distanciamento será ainda mais perverso. O isolamento desse público é preocupante. Esse panorama se reflete no mercado formal. Para 53% dos empresários brasileiros, a baixa qualidade da mão de obra é o principal entrave ao aumento da competitividade. São números e estatísticas apresentadas no Anuário Brasileiro da Educação Básica.
No Mês da Advocacia, que é celebrado em agosto, vamos realizar a "Audiência Pública: Por quais caminhos percorre a educação no RS?" Através da Comissão Especial da Educação da OAB/RS, a advocacia estará presente a este debate.
Vamos mobilizar nossas 106 subseções, garantindo força e representatividade às discussões, envolvendo essa temática. Precisamos ter esse olhar diferenciado e trazer contribuições que possam inverter essa triste realidade.
Advogado e presidente da OAB/RS
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