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Opinião

- Publicada em 08 de Julho de 2019 às 03:00

Os riscos do acordo

O acordo entre a União Europeia e o Mercosul proporcionará integração comercial entre seus membros, abrindo um mercado de 750 milhões de potenciais consumidores, o que, do ponto de vista mercadológico, é fantástico. Mas é preciso ser realista e considerar aquela máxima que diz que a união entre desiguais tem potencial para ampliar as desigualdades. Esse pensamento defendido pelo economista alemão Friedrisch List, inspirador da União Aduaneira entre os Estados Alemães em meados de 1816, continua sendo verdadeiro. Em resumo, o que ele queria dizer é que, se uma das partes for mais forte, ela se sobrepõe e acaba eliminando as demais, aumentando as desigualdades.
O acordo entre a União Europeia e o Mercosul proporcionará integração comercial entre seus membros, abrindo um mercado de 750 milhões de potenciais consumidores, o que, do ponto de vista mercadológico, é fantástico. Mas é preciso ser realista e considerar aquela máxima que diz que a união entre desiguais tem potencial para ampliar as desigualdades. Esse pensamento defendido pelo economista alemão Friedrisch List, inspirador da União Aduaneira entre os Estados Alemães em meados de 1816, continua sendo verdadeiro. Em resumo, o que ele queria dizer é que, se uma das partes for mais forte, ela se sobrepõe e acaba eliminando as demais, aumentando as desigualdades.
Nosso País é forte no agronegócio, rico em petróleo e gás, e no setor mineral, mas sua indústria de transformação é muito menos produtiva que a média dos países do bloco europeu. Salvo alguma exceção, ficará em franca desvantagem em função do famigerado Custo Brasil devido à elevada carga tributária, ao excesso de burocracia, aos juros altos e à deficiente infraestrutura. Por isso, produzir uma máquina aqui com tecnologia equivalente custa 30,4% mais caro que na Alemanha.
Outro aspecto a considerar é que, na Europa, a quarta revolução industrial - a IND4.0 - teve origem em meados de 2011, e na Itália, por exemplo, em 2019, termina o prazo dos incentivos governamentais para as indústrias se adequarem a esse conceito. Enquanto isso, no Brasil, algumas das grandes automobilísticas o estão implantando, porém mais de 90% estão distante dessa realidade. A adoção do novo conceito entre nós demorará mais que no continente europeu porque as defasagens são proporcionalmente maiores.
Logo, as desigualdades se ampliam, aumentando os riscos. Para minimizá-los, impõe-se obter um salto de produtividade, o que pressupõe a existência de um ambiente interno favorável, no qual não mais exista o Custo Brasil e se tenha recursos em conhecimento e financeiros em volume e condições de igualdade para fazer uma transformação em tempo menor do que a realizada pela Coreia do Sul.
Vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos/RS
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