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Opinião

- Publicada em 12 de Junho de 2019 às 03:00

Para o Brasil acertar o passo

Conhecer a história dos Lanceiros Negros é oferecer sabedoria da dignidade, fortalecendo nesta sociedade multirracial espaço político-social consciente. A lança é o símbolo de ataque e não de recuo. A lança é a guerra. Representa luta contínua. A lança como metáfora é a luta que caracterizou o povo. No século XVIII, os charqueadores compram escravizados para utilizar sua mão de obra especializada na produção da carne seca com custo baixo. Segundo Fernando Henrique Cardoso em sua obra Capitalismo e escravidão no Brasil Meridional, havia em 1833 cerca de 5000 escravizados nas charqueadas. Boa parte destes negros escravizados, em 1833 é recrutada para a cavalaria dos Farrapos. A excelente reportagem "Arqueólogos e historiadores pesquisam vestígios de índios minuanos" - Caderno Viver, Jornal do Comércio, 17/05/2019, merece moldura na história como exemplo de trabalho bem feito.
Conhecer a história dos Lanceiros Negros é oferecer sabedoria da dignidade, fortalecendo nesta sociedade multirracial espaço político-social consciente. A lança é o símbolo de ataque e não de recuo. A lança é a guerra. Representa luta contínua. A lança como metáfora é a luta que caracterizou o povo. No século XVIII, os charqueadores compram escravizados para utilizar sua mão de obra especializada na produção da carne seca com custo baixo. Segundo Fernando Henrique Cardoso em sua obra Capitalismo e escravidão no Brasil Meridional, havia em 1833 cerca de 5000 escravizados nas charqueadas. Boa parte destes negros escravizados, em 1833 é recrutada para a cavalaria dos Farrapos. A excelente reportagem "Arqueólogos e historiadores pesquisam vestígios de índios minuanos" - Caderno Viver, Jornal do Comércio, 17/05/2019, merece moldura na história como exemplo de trabalho bem feito.
Quando matérias de mais fôlego dificilmente são encontradas na imprensa de todo o país, é de se aplaudir de pé. Mergulhar com profundidade em fatos narrados recomenda novo olhar no horizonte do pampa sul-rio-grandense. Felicito a equipe do jornal, pois até então quase nada se sabia a respeito. Obrigado aos arqueólogos e historiadores, cuja pesquisa não deixa dúvidas dos vestígios de índios minuanos. Tudo isto me faz recordar algumas verdades sobre o Brasil, que vive eterna Ópera Bufa, pois se fundou na exploração contínua dos nativos e negros escravizados, mas quer lhes negar a inclusão social. Ademais, boa parte dos invasores e exploradores de nossas terras sempre desrespeitou o meio ambiente (vejam os maus exemplos de Mariana e Brumadinho), quando nativos e negros sempre o preservaram. Enquanto o Brasil de verdade não solucionar aqueles resquícios, cujos estertores alcançam até nossos dias, com política séria de reparação a este karma coletivo praticado, jamais acertará o passo. Enfim, boa parte da história brasileira precisa sim ser recontada com mais seriedade.
Lastimo ver o atual estado de índios à margem das estradas do Rio Grande do Sul e o genocídio praticado contra os jovens negros brasileiros que habitam as periferias das grandes cidades.
Advogado e conselheiro estadual de Cultura
 
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