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Opinião

- Publicada em 09 de Maio de 2019 às 03:00

Governo federal tem que diminuir atritos internos

Eleito por uma boa margem de votos sobre seus concorrentes, Jair Bolsonaro (PSL) tem se envolvido em discussões por meio de redes sociais, inclusive sobre aquele que é considerado o seu mentor, Olavo de Carvalho, e a quem, segundo o presidente, ele deve uma boa parte de sua eleição.
Eleito por uma boa margem de votos sobre seus concorrentes, Jair Bolsonaro (PSL) tem se envolvido em discussões por meio de redes sociais, inclusive sobre aquele que é considerado o seu mentor, Olavo de Carvalho, e a quem, segundo o presidente, ele deve uma boa parte de sua eleição.
Nestes mais de quatro meses ocupando o Palácio do Planalto, ainda que se considere que ele prometeu mudar, radicalmente, o modelo de política administrativa federal do Brasil na comparação com os governos anteriores, o que se viu seguidamente foram declarações controversas, desmentidos, confusões entre aliados e decisões contraditórias.
Lastimavelmente, a sucessão de declarações ditas afoitamente sem uma reflexão sobre problemas que poderiam criar têm sido constantes no governo, pois tanto o pai, Jair Bolsonaro, como seus três filhos, primeiro falam, ao que parece pelos desmentidos e emendas posteriores, para somente após raciocinarem quando ouvem tantas críticas pelo que afirmaram.
Mas a pior confusão, que aumentou demais desde o último fim de semana, tem sido a briga entre os seguidores fiéis de Olavo de Carvalho, radicado nos Estados Unidos há anos, e os generais no governo.
Olavo opina sobre os assuntos governamentais quase que diariamente. Pior, geralmente atacando integrantes do primeiro escalão, generais com postos no governo, até mesmo com palavras do baixo calão.
O Ministério da Educação foi o centro de disputa em abril - embora o presidente tenha negado, pouco antes da queda do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, que existisse qualquer embate no setor da Educação, sob total influência de Olavo de Carvalho.
Tenha ou não nascido para ser presidente, que afirmou não ter vocação, mas sim para ser militar, Jair Bolsonaro não foi obrigado a concorrer ao mais alto cargo da nação. Agora, tem que aglutinar, governar, organizar e acalmar os ânimos de boa parte da sua equipe.
No meio da crise entre o vice-presidente Hamilton Mourão e a ala ligada a Olavo de Carvalho e os filhos de Bolsonaro, generais da reserva com mando no governo federal têm sido alvos frequentes de críticas, enquanto o presidente defende a liberdade de opinião.
Mas o que se critica é o baixíssimo nível do palavrório usado, até mesmo com termos de baixo calão, por Olavo de Carvalho.
No entanto, como dito, os limites para um debate sério, com opiniões, prós e contras, não é o que se tem visto. Pelo contrário, apenas críticas e ofensas, sem resultado prático, enquanto questões da mais alta relevância esperam por decisão do Planalto e da equipe econômica, especialmente.
Com as desavenças públicas criadas por Olavo de Carvalho, o presidente já discutiu demais nesses primeiros quatro meses, até com o seu guru, o próprio Olavo de Carvalho. Disse que as declarações do filósofo não contribuem para o governo, retrucando a afirmação de Olavo, de que no governo só há intriga, sacanagem, egoísmo e vaidade.
O presidente prometeu, outra vez, colocar um ponto final nas discussões estéreis que dominam o governo central. Do jeito que está, a oposição não precisa fazer nada. O governo está - ele mesmo - se desgastando muito além de qualquer prognóstico dos seus adversários.
 
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