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Opinião

- Publicada em 29 de Abril de 2019 às 03:00

Terraplanismo fiscal

No atual debate sobre a necessária reforma da Previdência os parlamentares do PT, agremiação que comandou o País por 14 anos, resolveram aderir à corrente pseudocientífica que defende que não há déficit na Previdência, apesar dos resultados fiscais dos entes públicos, principalmente da União, demonstrarem o contrário.
No atual debate sobre a necessária reforma da Previdência os parlamentares do PT, agremiação que comandou o País por 14 anos, resolveram aderir à corrente pseudocientífica que defende que não há déficit na Previdência, apesar dos resultados fiscais dos entes públicos, principalmente da União, demonstrarem o contrário.
Dado interessante é que enquanto no papel de oposição ao governo Bolsonaro, assim como ocorreu no caso do governo Temer, o partido nega a realidade, apegando-se a toda e qualquer tese infundada que o possibilite unicamente contrapor ao governo estabelecido. Já no âmbito dos governos estaduais comandados pelo PT, a ação vai no sentido contrário, de reformar as previdências estaduais visando adequá-las à nova realidade demográfica do País. Estas alterações ocorreram nos governos dos petistas Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piauí), todos reeleitos no último pleito, onde, em grande parte, majoraram a alíquota de contribuição do servidor público estadual para 14%. Além disso, criaram um novo regime de previdência complementar para os futuros servidores.
Medidas semelhantes as dos governos petistas foram adotadas pelo ex-governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (MDB), porém, por aqui, amplamente combatidas pelos deputados do Partido dos Trabalhadores sob alegação de "precarização e destruição do sistema de proteção dos servidores". No outro estado comandado pelo PT, o Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra tomou posse em janeiro deste ano com quatro folhas salariais em atraso, tendo a previdência estadual um rombo estimado em 2019 de R$ 1,8 bilhão.
Estas circunstâncias não impediram, infelizmente, que as bancadas do Partido dos Trabalhadores no Congresso Nacional resolvessem questionar os fatos e evidências para aderir ao cruzeiro dos terraplanistas, buscando assim chegarem ao "limite do planeta".
O problema é que enquanto aqueles que questionam a esfericidade da terra ficarão somente vagando nos mares, sem causar prejuízo aos demais, os terraplanistas fiscais podem, por puro oportunismo e irresponsabilidade, levar o Brasil ao precipício.
Especialista em relações internacionais
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