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Opinião

- Publicada em 10 de Abril de 2019 às 03:00

Porto de Torres é viável?

Na edição de 5 de abril, página 4/Opinião, do Jornal do Comércio, sob título similar, o ex-deputado federal Fernando Carrion escreveu um artigo, digamos forte, negando autoridade ao superintendente do porto do Rio Grande e afirmando que um Terminal de Uso Privado (TUP) seja viável no porto de Torres. Com a devida vênia - e mesmo não sendo engenheiro, mas com mais de 50 anos "de praia" -, vou discordar do deputado. Não só de um bom calado vive um porto, apesar de reconhecer sua importância estratégica para sua viabilização. Mesmo sendo desnecessária sua dragagem - e não tenho como afirmar se isso é correto ou não -, existem várias outras condições necessárias para viabilizar um porto, e as razões mencionadas no artigo não viabilizam um porto marítimo.
Na edição de 5 de abril, página 4/Opinião, do Jornal do Comércio, sob título similar, o ex-deputado federal Fernando Carrion escreveu um artigo, digamos forte, negando autoridade ao superintendente do porto do Rio Grande e afirmando que um Terminal de Uso Privado (TUP) seja viável no porto de Torres. Com a devida vênia - e mesmo não sendo engenheiro, mas com mais de 50 anos "de praia" -, vou discordar do deputado. Não só de um bom calado vive um porto, apesar de reconhecer sua importância estratégica para sua viabilização. Mesmo sendo desnecessária sua dragagem - e não tenho como afirmar se isso é correto ou não -, existem várias outras condições necessárias para viabilizar um porto, e as razões mencionadas no artigo não viabilizam um porto marítimo.
Algumas condicionantes essenciais: 1) Boa localização estratégica, provida de excelente infraestrutura de transporte em relação ao seu hinterland econômico, que supriria as cargas necessárias para viabilizar um porto, assim como locais adequados para abrigar os navios de condições meteorológicas adversas (aliás, muito comum nos mares do Sul). Não vejo nenhuma dessas duas condições existentes no eventual porto de Torres; 2) Distância suficiente das esferas de influência de outros portos nacionais para que não haja concorrência desleal ou excesso de oferta e investimento que inviabilizem dois ou mais portos. No caso em tela, Torres (RS) concorre diretamente com Imbituba (SC) e Itajaí (SC), ambos com infraestrutura muito melhor, sendo que Itajaí já está consolidado como principal porto de cargas refrigeradas do País. Seria extremamente oportuno que os apoiadores desse projeto escutassem as principais empresas de navegação que operam na costa brasileira, pois receberiam uma aula de logística empresarial marítima e o motivo pelo qual não fariam escalas comerciais naquele porto. Chamo a atenção para o exemplo do aeroporto de Torres, que, segundo os entendidos da época, iria abrir o mercado nacional de turismo para as praias gaúchas com a vinda de charters do mundo inteiro. O que aconteceu? Que eu saiba, aterrissaram dois ou três teco-tecos e o aeroporto está às moscas.
Finalizando, infraestrutura em geral, seja portuária, rodoviária, aeroportuária, ferroviária ou mesmo hidroviária, precisa de projetos bem estruturados, com os pés no chão, e desenvolvidos por empresas ou consultores especializados no tema. Não basta boa vontade política.
Empresário do ramo de transportes
 
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