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Opinião

- Publicada em 02 de Abril de 2019 às 03:00

Tratamento equilibrado e parcerias no Oriente Médio

Uma rivalidade permeada de guerras, situação que vem desde os tempos dos faraós, tem sido o motivo do afastamento entre judeus e árabes. A Palestina é considerada território pertencente tanto de um lado como do outro. Nem a Terra Santa ficou fora da desavença, mesmo sendo Jerusalém sagrada para três religiões monoteístas, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Também é considerada a capital de um futuro estado Palestino, como Israel igualmente trata como sua capital.
Uma rivalidade permeada de guerras, situação que vem desde os tempos dos faraós, tem sido o motivo do afastamento entre judeus e árabes. A Palestina é considerada território pertencente tanto de um lado como do outro. Nem a Terra Santa ficou fora da desavença, mesmo sendo Jerusalém sagrada para três religiões monoteístas, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Também é considerada a capital de um futuro estado Palestino, como Israel igualmente trata como sua capital.
Por isso, o Brasil tem que manter um tratamento equilibrado no Oriente Médio. Aqui, onde estão, lado a lado, igrejas, sinagogas e mesquitas, e com a presença multiétnica de cristãos, judeus e muçulmanos vivendo em harmonia. Mas, como previsível, a visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel provocou reações do mundo árabe. É que a Autoridade Palestina (AP) convocou o seu embaixador no Brasil, Ibrahim Alzeben, em resposta à decisão do presidente de abrir um escritório de negócios em Jerusalém. Para o embaixador, a decisão do governo do Brasil é inoportuna e desnecessária. O anúncio do presidente brasileiro também frustrou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que esperava a transferência da embaixada do Brasil, de Tel Aviv para Jerusalém.
Com a forte presença de libaneses, egípcios, turcos e descendentes de judeus, o Brasil não pode nem deve optar por tratamentos diferenciados nas relações com Israel e o mundo árabe. Não tem sentido, sob qualquer ótica, inclusive e, principalmente, a comercial. Foi em 1947, quando a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), sob a presidência de Oswaldo Aranha, decidiu que haveria dois países na região. Os judeus, após os sofrimentos estúpidos e massacres causados pelos nazistas na II Guerra Mundial, logo estruturaram o seu país, com grande fluxo de imigrantes de toda a Europa. Floresceu, recebeu ajuda de muitos e se tornou um estado importante nas áreas das ciências, tecnologia e da Medicina, o que é provado pelos inúmeros Prêmios Nobel recebidos por israelenses ao longo das últimas décadas. O Brasil pode e deve se aproveitar do conhecimento de Israel na área da tecnologia, particularmente em inovações, como o reuso e dessalinização de água.
No entanto, jamais em detrimentos das relações que temos com o mundo árabe, de muita tradição histórica e, como citado, com forte presença no Brasil, incluindo-se aí o Rio Grande do Sul. Importante é que o governo federal não transponha para o Brasil um atrito que perpassa décadas e que não terá solução tão cedo, com conversações de paz. Antes, a nacionalização do Canal de Suez em 1956 por Gamal Abdel Nasser, presidente egípcio, trouxe guerra com Israel, França e Inglaterra, e motivou a intervenção da ONU pela paz, com a Força de Emergência das Nações Unidas, integrada pelo Brasil, na Faixa de Gaza, por 10 anos. Mas, também Nasser ativou e perdeu a Guerra dos Seis Dias, e Israel dominou Jerusalém. Claro que será muito bom aproximar Brasil e Israel no conhecimento militar, acadêmico, empresarial e com o incremento do turismo. Isso deve ser feito.
Nossa tradição é de grande e contínuo relacionamento com judeus e árabes, em todos os aspectos. Isso é uma vantagem que poucas nações têm e jamais poderá ser esquecida, até mesmo em prol dos interesses comerciais, quando vendemos tanta carne de frango para países de fé muçulmana.
Podemos e vamos sim estreitar relações com Israel, mas sem prejuízo da nossa também tradicional e secular amizade com o mundo árabe. Caso contrário, será um grande erro diplomático de Brasília.
 
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