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Opinião

- Publicada em 25 de Março de 2019 às 01:00

O aniversário de 247 anos de uma cidade que amamos

A crise financeira que assola o Brasil e o Rio Grande do Sul desde alguns anos chegou em Porto Alegre, como, de resto, na maioria das prefeituras do Estado. A economia de guerra para equilibrar receitas com despesas deixa sem condições algumas tarefas importantes da municipalidade. O exemplo mais claro é o término de obras prometidas ainda para a Copa do Mundo de 2014. Algumas com promessa de serem acabadas, uma completada com apoio de comerciantes e moradores do seu entorno.
A crise financeira que assola o Brasil e o Rio Grande do Sul desde alguns anos chegou em Porto Alegre, como, de resto, na maioria das prefeituras do Estado. A economia de guerra para equilibrar receitas com despesas deixa sem condições algumas tarefas importantes da municipalidade. O exemplo mais claro é o término de obras prometidas ainda para a Copa do Mundo de 2014. Algumas com promessa de serem acabadas, uma completada com apoio de comerciantes e moradores do seu entorno.
Tanto é assim que, em 2018, o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) bloqueou algumas despesas e admitiu a possibilidade de parcelamento dos salários, o que ocorreu. Porém, neste ano de 2019, a Semana de Porto Alegre foi iniciada com a volta do Baile da Redenção, sucesso de público e alegria. A prefeitura da Capital, para assinalar bem os 247 anos da cidade, tem dificuldades em consequência da crise internacional e do descalabro das contas federais, quando bondades irrealísticas com o dinheiro público abriram grande déficit na União e, via de consequência, também nos estados e prefeituras, com as isenções fiscais em tributos compartilhados entre os entes federados.
Mas, o que dizer para uma cidade que está completando 247 anos? Tudo o que nossos bisavós já sabiam e antes deles, os avós deles também tinham conhecimento.
Em 26 de março de 1772, aqui chegaram 60 casais açorianos. Parte desses casais se fixou no Porto de Viamão, depois freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, Porto de Viamão, Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre e, em julho de 1773, quando era governador José Marcelino de Figueiredo, recebeu o nome de Porto Alegre. Depois da assinatura do Tratado de Madri (1750), o rei de Portugal determinou que fosse reunido um grupo de 4.000 casais dos Açores para povoar o Sul, mas efetivamente foram transportados apenas cerca de mil casais, que se espalharam pelo Litoral entre Osório e Rio Grande, e um pouco pelo Interior. Cerca de 500 pessoas se fixaram em 1752 à beira do lago Guaíba.
No entanto, o que diriam nossos precursores do século XVIII se pudessem revisitar o povoado, a freguesia, a vila e a hoje cidade de Porto Alegre? No aspecto visual teriam, provavelmente, dois sentimentos antagônicos. Primeiro, não acreditariam que aquele acampamento à beira do rio, onde aportaram há mais de 200 anos, hoje é uma grande cidade. Simultaneamente, criticariam o mau aspecto de algumas paradas de ônibus, a falta de cuidados dos atuais habitantes que é visível quando alguns porto-alegrenses sujam as ruas. Pichações, rabiscos, prédios públicos e particulares depreciam o visual urbano. Entrementes, ainda está sendo construída essa cidade que tem tantos encantos na Zona Sul, na Zona Norte, no Centro, no Mercado Público, na Volta do Gasômetro, na Cidade Baixa, na Azenha, Menino Deus, Independência, Petrópolis, Partenon, Teresópolis e outros bairros, na querida avenida Borges de Medeiros, no Alto da Bronze, no entorno das praças da Alfândega e da Matriz. Agora, com a orla do Guaíba, um lindo projeto.
Uma cidade que depende de seus cidadãos para ser ainda melhor, mais bonita e tranquila. Que não tenha tanta violência. Que possamos, como há apenas 40 anos, caminhar despreocupados no Centro olhando vitrines, indo a cinemas, jantando fora, visitando amigos. Melhorar a cidade que amamos é um trabalho coletivo de todos nós. Porto Alegre, ainda assim, é demais.
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