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Opinião

- Publicada em 19 de Março de 2019 às 01:00

Os resultados do Brasil na viagem aos Estados Unidos

Embora as críticas recebidas, inclusive de servilismo aos interesses norte-americanos ao não exigir mais visto de entrada para os oriundos dos Estados Unidos, mas também do Canadá, Japão e Austrália, a missão brasileira àquele país pode ser considerada boa.
Embora as críticas recebidas, inclusive de servilismo aos interesses norte-americanos ao não exigir mais visto de entrada para os oriundos dos Estados Unidos, mas também do Canadá, Japão e Austrália, a missão brasileira àquele país pode ser considerada boa.
Além do encontro entre Donald Trump e Jair Bolsonaro na Casa Branca, quem teve um discurso forte em prol dos interesses nacionais foi o ministro Paulo Guedes, da Economia.
Mesmo reafirmando que adora os EUA, ele reclamou da falta de maiores investimentos e comércio com o Brasil. Lembrou que o nosso país está aberto a investimentos, e continuará a fazer negócio com os chineses. Disse que é a China, hoje em dia, um dos grandes investidores na infraestrutura brasileira, sendo que os norte-americanos igualmente, têm ótimos negócios comerciais com Pequim há anos.
Então, Brasília continuará aberta para tratar com os chineses. Neste quesito, nota 10 para Paulo Guedes. Já foi dito que países não têm amigos, têm interesses, geralmente comerciais. E investimentos na infraestrutura são fundamentais para o nosso desenvolvimento. Porém, a maior aspiração levada pelo Brasil a Washington foi o apoio à entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Mas, segundo autoridades em Washington, o Brasil teria que abandonar a Organização Mundial do Comércio (OMC), dos países sem maior potencial econômico e com leis protecionistas, das quais, aliás, os EUA discordam e dizem ser uma estrutura antiamericana.
De qualquer forma, os EUA contam com o Brasil para diminuir a influência da China na América Latina. Guedes foi direto, em discurso a empresários na Câmara de Comércio Americana, ao dizer que o País precisa conseguir investimentos em infraestrutura para reduzir o custo Brasil, os tributos e abrir a economia. Estava absolutamente coerente com as nossa prementes necessidades.
Os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro tiveram encontro com troca de afagos. Afirmaram que os dois países querem caminhar para um livre-comércio.
No médio prazo, no entanto, isso significa trabalhar por acordos de convergência regulatória e facilitação de comércio e investimentos. Algumas questões práticas da pauta agropecuária não devem ser resolvidas, como a reabertura do mercado americano para compra de carne in natura brasileira.
Na outra ponta, os EUA pressionam pela abertura do mercado brasileiro. É a confirmação do interesse acima de afagos pela amizade. Os norte-americanos insistem em vender carne de porco para o Brasil, mas bloqueiam a compra da nossa carne bovina. Querem vender etanol para o Brasil, mas não compram o nosso açúcar.
Assim, nos próximos dias, são aguardadas notícias consistentes sobre resultados de acordos comerciais. Os EUA são o nosso segundo parceiro comercial, sendo a China o primeiro, o que justifica e dá coerência ao discurso de Paulo Guedes.
O ministro teve uma reunião com o secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, na qual ressaltou ser importante que as grandes corporações dos dois países ampliem o diálogo. Aos empresários, disse que o País é uma democracia muito estável e que o presidente tinha muita fibra para controlar o gasto público, o que antes ninguém conseguia. Nas promessas, foi uma viagem produtiva. No entanto, só o futuro poderá confirmar isso. Não será nada fácil, com certeza.
 
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