Empresas e departamentos públicos da nossa cidade, como a Carris e o Dmae, costumam receber toda a sorte de críticas. Como vereador em terceira legislatura, acompanhei de perto como se chegou a este quadro. Os problemas remontam a decisões equivocadas do passado que geraram déficits impressionantes que estão sendo corrigidos pela prefeitura nos últimos três anos. O cidadão do Extremo Sul que não recebe água em pleno verão, por exemplo, muitas vezes não imagina como se chega a este ponto crítico. Pois saiba que, entre 2013 a 2016, foram repassados do Dmae para o caixa da prefeitura, R$ 262,7 milhões para pagamento de despesas de custeio, salários e manutenção da máquina pública.
A partir de 2017, esta prática nefasta que prejudica o Dmae e o cidadão porto-alegrense foi rechaçada pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior. Além disso, dos R$ 70 milhões investidos pelo atual governo nos dois últimos anos na melhoria do fornecimento de água em Porto Alegre, R$ 50 milhões foram destinados ao Extremo Sul da cidade. O valor é quase o dobro do que foi aplicado entre 2014 e 2016.
Isso basta? Claro que não. Para se resolver o problema de fato é fundamental a construção da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Ponta do Arado. A prefeitura espera pela liberação de recursos do governo federal para iniciar a obra. Em relação à Carris, a prefeitura decidiu combater os sucessivos déficits com gestão eficiente. Com o Banco de Talentos, ferramenta inovadora de contratação que busca no mercado gestores para atuar no meio público, a Carris recebeu uma diretoria completamente nova com foco em queda de déficit e montagem de estruturas eficientes e enxutas. O resultado já está aparecendo: o déficit de 2018 na Carris teve uma redução de R$ 55 milhões, quando comparado a 2016.
Já em dezembro de 2018, a Carris obteve um lucro bruto de R$ 11,9 milhões, primeiro resultado positivo desde 2012. Com isso, a empresa terá 87 novos ônibus em 2019, maior aquisição já registrada pela companhia em edital de lote único. A estimativa é que a nova frota entre em operação ao longo do segundo semestre. Gerenciar empresas e departamentos apenas para pagar a própria máquina, diminuindo a capacidade de investimento da prefeitura nos serviços básicos, é distorcer a função do serviço público. O governo Marchezan faz o contrário e merece, sim, aplausos por acreditar, assim como eu, em gestão para beneficiar 1,5 milhão de pessoas, especialmente quem mais precisa.
Vereador, líder do governo na Câmara (Rede)