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Opinião

- Publicada em 26 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Moinhos de vento brasileiros

Rafael Zanotelli
Para quem gosta de literatura, já deve ter se deliciado com as andanças do cavaleiro da triste figura. Muitos atribuíram as aventuras (e desventuras) de Don Quixote de La Mancha, personagem literário criado pelo espanhol Miguel de Cervantes, à loucura causada por ter lido demais. Se estivesse enfrentando os desafios atuais, sobretudo os nossos gigantes moinhos de vento, brasileiros, talvez tivesse desistido, especialmente no conturbado ano de 2018.
Para quem gosta de literatura, já deve ter se deliciado com as andanças do cavaleiro da triste figura. Muitos atribuíram as aventuras (e desventuras) de Don Quixote de La Mancha, personagem literário criado pelo espanhol Miguel de Cervantes, à loucura causada por ter lido demais. Se estivesse enfrentando os desafios atuais, sobretudo os nossos gigantes moinhos de vento, brasileiros, talvez tivesse desistido, especialmente no conturbado ano de 2018.
Cervantes há mais de 400 anos tratou em sua magistral obra os conceitos e princípios universais atualmente tão maltratados como verdade, justiça e sobretudo diálogo, em sua obra, entre autor e leitor, entre um intelectual e um analfabeto, entre intelectuais e entre sensatos e loucos, diálogos que nos fazem tanta falta hoje em dia.
Em grandes linhas, se me permitem a audácia em traçar esse paralelo, tanto lá quanto cá nossas desventuras guardam bastante similaridade. As questões políticas e econômicas atuais, agora no ano de 2019, nos fazem perguntar até que ponto estamos com nossa sanidade ou loucura coletivas afloradas.
E para acrescentar mais tempero nesse cenário, não podemos contar nem com o poder que teria a responsabilidade em mediar conflitos e estabilizar as relações, o Poder Judiciário, pois este também está envolvo em seus queixumes e bravatas, em seus castelos e reinados. Para abusar da ironia, podemos afirmar que não se fazem mais cavaleiros e heróis como antigamente.
Como diz o personagem Don Quixote no cenário em que foi criado, cada um é filho de suas obras. Que para os próximos meses de 2019 possamos recobrar a lucidez em nosso caminho, nosso senso de cidadania. Caso contrário, a nós estará reservado o papel de fiel escudeiro desta grande estória, e por certo, mais uma vez não receberemos nossa ilha prometida, esta ficará com os governadores.
Advogado
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